Operários da CSN paralisados em Volta Redonda (RJ)
CSP Conlutas

Central Sindical e Popular

Exemplo de mobilização para a classe trabalhadora brasileira, os operários e operárias da CSN Unidade Presidente Vargas, em Volta Redonda (RJ), conquistaram uma importante vitória na terça-feira (3).

Após ação da Comissão dos Trabalhadores, a justiça determinou a reintegração imediata dos membros do grupo que foi eleito pelos funcionários da empresa como representante da categoria nas negociações de campanha salarial.

No documento, a juíza Monique da Silva Caldeira Kozlowski de Paula, da 2ª Vara do Trabalho de Volta Redonda, reitera a legalidade da Comissão dos Trabalhadores no processo de negociação e o objetivo da CSN de minar o movimento com as demissões.

“A nosso sentir, não há dúvidas de que os autores integram comissão que deveria ter espaço para participar das negociações coletivas. Sustentam essa assertiva os fatos públicos (notas de jornal local, por exemplo…)”, diz trecho da sentença, que continua:

“A demissão conjunta da comissão de trabalhadores na mesma data, aliada aos demais fatos já expostos, a nosso sentir, não deixa dúvidas acerca do objetivo ilegal da ré em enfraquecer ou inviabilizar o exercício constitucional do direito de manifestação e greve”.

Leia também

Operários da CSN se levantam contra a superexploração e as injustiças

Demissões irregulares

Ao todo, são nove trabalhadores reintegrados pela decisão. Os companheiros foram demitidos entre no dia 12 de abril, sem qualquer motivo, exceto o fato de serem a linha de frente na mobilização dos metalúrgicos.

Na mesma semana, a CSN realizou um verdadeiro processo de caça às bruxas demitindo quase uma centena de trabalhadores que possuíam ligação com o movimento paredista. A tática visava coibir a luta e reprimir aqueles que defendem melhores condições de vida.

“Este é um recurso que conseguimos para botar todos os demitidos lá dentro. Isso é apenas o começo. Nós estamos lutando por todos os trabalhadores. Agora, é a briga pelos 30% de reajuste, pelos 25% de PPR e a briga maior pela reintegração de todos”, afirma Felipe Abílio, trabalhador da CSN e membro da Comissão dos Trabalhadores.

Luta continua

Com a vitória, os operários da CSN vão dar continuidade à luta que já dura cinco semanas.

Uma caravana nacional, reunindo trabalhadores da CSN de Volta Redonda, Congonhas (MG) e Porto Itaguaí será realizada. Os ônibus partirão na quinta-feira (5), com destino à São Paulo. Lá os companheiros e companheiras realizarão um ato na sexta-feira (6), a partir das 9h, em frente a sede da empresa, na Av. Faria Lima.

Na pauta de reivindicações da categoria está a reintegração de todos os demitidos, aumento geral do Salário; PLR de 25% dos dividendos; fim do Banco de Horas; Plano de Saúde Nacional e cartão alimentação de R$ 800.

Além disso, não estão descartadas novas paralisações e assembleias em conjunto. Também poderá ser realizada uma transmissão ao vivo para divulgar ainda mais a luta em todo país. A mobilização exige que a Comissão participe de todas as negociações com a direção da empresa em conjunto com o sindicato da categoria.

“Vamos seguir com a luta para cancelar todas as demissões e punições. A Comissão está preparando caravanas nacionais. Já visitou os operários de Minas Gerais e está conversando com os trabalhadores do porto, com o apoio da CSP-Conlutas e outras entidades. Vamos juntos vencer essa empresa que só no ano passado lucrou R$ 13 bilhões”, afirma Atnágoras Lopes, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, que acompanha a mobilização.