Na tarde desta terça-feira, 29 de agosto, a Volkswagen colocou em prática suas ameaças e começou a distribuir as cartas de demissão aos trabalhadores da fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Com isso, os trabalhadores realizaram uma assembléia no mesmo dia e decidiram iniciar de imediato uma greve por tempo indeterminado dentro da fábrica contra as demissões.

Cerca de 1.300 trabalhadores e mais 500 funcionários que trabalham no centro de formação da fábrica foram avisados pela empresa sobre a demissão a partir do dia 21 de novembro.

A empresa vinha ameaçando demitir os trabalhadores, dizendo que, ou a categoria aceitava a demissão de 3.700, com uma drástica redução dos direitos daqueles que ficassem, ou a fábrica seria fechada, causando mais de 12 mil demissões.

Entre os cortes de direitos propostos pela empresa, uma mudança no banco de horas previa que a empresa não pagaria nada a mais àqueles que fizessem até 200 horas extras em um ano e que funcionários que cometerem erros na produção teriam que trabalhar até oito horas de graça por semana para compensar os ‘prejuízos´ da empresa.

Ao contrário desse discurso da empresa de que não há como sustentar a fábrica, a Volks, só no segundo trimestre, aumentou seus lucros em 150%. Além disso, a empresa também se beneficia de inúmeros incentivos fiscais de estados e municípios, recebendo também financiamento público através do BNDES. Nos últimos dez anos, entre os governos de Lula e FHC, a empresa recebeu R$ 3,7 bilhões de empréstimos públicos. Agora, estava anunciado um financiamento do BNDS de R$ 497,1 milhões. Como produto da luta dos metalúrgicos da Volks, o governo e o BNDES tiveram que recuar na última hora na concessão do empréstimo.

Os trabalhadores da Volks mostram com a deflagração desta greve que o caminho para enfrentar os patrões é a luta. O PSTU apóia a greve desses trabalhadores. É preciso também exigir de Lula que nacionalize a Volks, caso essa postura da empresa se mantenha. Além disso, defendemos a redução da jornada sem a redução dos salários, para gerar mais empregos, ao invés de demitir.