Os trabalhadores das universidades, do Ibama, do Incra, do Ministério da Cultura e do Banco Central seguem com greves e mobilizações em todo o país. Depois da Polícia Federal, que arrancou 30% de reposição salarial, os demais servidores federais lutam por suas reivindicações. Já em sua terceira semana, e sem nenhuma contraproposta por parte do governo, a luta dos servidores tende a aumentar, ampliando os setores em greve.

O governo Lula recusa-se a atender às reivindicações dos servidores. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, tenta jogar a população contra os grevistas. Bernardo ironiza o movimento e diz que não vai dar um centavo, pois, segundo ele, o governo já concedeu vários reajustes no primeiro mandato e não reconhece as perdas históricas do funcionalismo.

Governistas
Por outro lado, para proteger o governo, a CUT e as direções majoritárias da Fasubra e da Condsef aceitam participar de um grupo de trabalho no Ministério, sem nenhuma garantia de que o governo atenda a pauta de reivindicações dos trabalhadores. Essas direções fazem conchavo com o secretário de Recursos Humanos, Sérgio Mendonça, e aceitam negociar a regulamentação do direito de greve com a promessa de que o governo abrirá negociação sobre as pendências dos acordos que ele mesmo descumpriu.

A Coordenação Nacional das Entidades dos Servidores Federais (Cnesf) aprovou na plenária nacional do dia 3 a não participação no grupo de trabalho do Ministério do Planejamento. As entidades exigem a retirada do projeto de lei 01/07 – que congelará os salários por dez anos – e também a garantia de atendimento das reivindicações da categoria, além de não concordarem com a regulamentação do direito de greve. Somente depois de satisfeitas essas condições, as entidades deverão sentar à mesa para fechar uma negociação.

Apoio à greve
A Conlutas, que faz parte da Cnesf, apóia a luta dos servidores em greve e está empenhada na construção do calendário de lutas unificado aprovado na última plenária. Entre os dias 12 e 15, os servidores federais realizam uma jornada de lutas que, dentre outras atividades, prevê um grande ato unificado com os trabalhadores rurais sem terra no dia 14, em Brasília. O ato será realizado com o MST. A Conlute também estará presente. No dia 16, as entidades da Cnesf da área de educação participarão do encontro dos estudantes em São Paulo.

Enquanto isso, a CUT e os governistas boicotam o calendário, desviando a atenção dos trabalhadores para a participação em mesas de negociação que resultam em nada.

É preciso exigir da CUT e dessas direções que rompam com o governo e cumpram as deliberações da plenária dos federais. A Conlutas estará à frente dessas iniciativas, lutando para que a greve dos servidores derrote o governo e arranque as conquistas para a categoria.

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