Na madrugada do dia 1º de abril, a sem-teto Sônia Chaves dos Santos, de 36 anos, faleceu no hospital das Clínicas de Goiânia. Ela era dona de casa, estava alojada no ginásio da Capuava e morreu devido à falência múltipla de órgãos.
Sua perna apresentava um ferimento, que depois de um tombo em uma poça d`água no banheiro do ginásio infeccionou. Ela já havia ido ao hospital das Clínicas fazer uma limpeza há cerca de uma semana. Na tentativa de salvar sua vida, os médicos amputaram a perna de Sônia antes de sua morte, mas mesmo assim a infecção se alastrou.
A responsabilidade pela morte de Sônia é do Estado. Depois da violenta reintegração da ocupação de sem-tetos Sonho Real na área no Parque Oeste Industrial, as famílias foram amontoadas nos ginásios do Capuava e Novo Horizonte. As condições de higiene são precárias nos dois locais e foram denunciadas pelo Ministério Público, pela Vigilância Sanitária e por várias entidades e movimentos que apóiam a luta por moradia do Sonho Real. Nas últimas semanas, devido às várias chuvas na cidade, os esgotos entupiram e alagaram os ginásios.
A demora na escolha de uma área provisória deixou claro que o estado e a prefeitura não têm interesse na resolução da situação dessas famílias. O estado havia inclusive anunciado que, caso as famílias desocupassem a área do Parque Oeste, teriam uma área para ficar, mas isso se provou mais uma mentira do governo Marconi Perillo.