Estamos diante de mais um absurdo da gestão do prefeito do Rio de Janeiro, o genocida Marcelo Crivella (Republicanos). Recentemente, o telejornal RJ2 (TV Globo) mostrou como atuam os chamados “Guardiões do Crivella”, uma espécie de milícia, contratada e organizada pelo prefeito, que age para calar e intimidar pacientes, familiares e jornalistas nas portas dos hospitais do Rio. Esta aberração impactou enormemente a população carioca. O agravante é que estes “guardiões” são contratados com dinheiro público e seus salários ultrapassam os R$3.000.

A descoberta deste esquema, que já ocorre há meses, motivou um novo pedido de impeachment contra o prefeito na Câmara dos Vereadores. O pedido foi rejeitado. A grave crise pela qual passa a cidade ocorre no mesmo momento em que o governador do estado, Wilson Witzel (PSC), também passa por um processo de impeachment por chefiar uma organização de bandidos especializada em desviar dinheiro público da saúde.

Contratado por Crivella tenta sabotar reportagem em frente a hospital

Estes crápulas não perdoam a população, nem mesmo quando ela chora os milhares de mortos pela Covid-19. Não podemos nos esquecer, inclusive, que a pandemia só tomou esta dimensão por culpa destes mesmos senhores.

Ataque às liberdades democráticas

Silenciar a imprensa é também atacar a liberdade de informação e expressão, ou seja, trata-se de um ataque às liberdades democráticas. É claro que a imprensa dos ricos está a serviço dos grandes empresários e contra nossa classe, mas este tipo de posicionamento autoritário de Crivella é parte de uma postura e de um projeto que bate com muito mais força contra os trabalhadores, que quase não possuem direitos no capitalismo: se fazem isso com a própria imprensa deles, tentam arrancar a todo custo os poucos direitos conquistados pelos trabalhadores com muita luta (a imprensa de partidos operários e os panfletos de sindicatos são exemplos de liberdades conquistadas pelos trabalhadores e que ajudam na organização de nossa classe). Portanto, não se trata apenas de um crime tal atitude do prefeito, mas de uma concepção política autoritária, que ele carrega junto ao seu aliado no planalto – Jair Bolsonaro.

A dupla Crivella e Bolsonaro não gosta que o pobre e o trabalhador expressem sua opinião. Eles mentem para povo, a todo o momento, sobre a real situação da pandemia. “Maquiam” a realidade para, então, manterem vivos seus planos eleitorais e seus projetos políticos autoritários, racistas, opressores e a serviço dos grandes empresários e banqueiros, nacionais e internacionais.

Isto é o capitalismo. Viramos carne barata para ser entregue à pandemia e, se reclamarmos, somos repreendidos ou calados. Assim, reafirmamos que somos a favor da liberdade de expressão, mas isto não significa que estamos no mesmo lado da Rede Globo de Televisão, que sempre atuou para ajudar os governos e os patrões a retirarem direitos dos trabalhadores.

O que Crivella quer esconder?

Crivella tenta esconder o que qualquer trabalhador está cansado de saber. A saúde pública simplesmente não funciona no Rio de Janeiro. Está completamente colapsada. Muito antes mesmo da pandemia do novo coronavírus.

Há décadas, morrem trabalhadores, aos milhares, em filas eternas de atendimento. Morrem também por falta de medicamentos, exames, cirurgias, terapias, suprimentos, por falta de médicos, enfermeiros, hospitais, postos de saúde equipados etc.

A pandemia apenas escancarou a situação caótica da saúde na cidade. A Covid-19 já matou quase 10 mil pessoas e infectou mais de 90 mil no Rio. Temos a certeza de que os culpados são nossos governantes, a certeza de que Crivella, Witzel e Bolsonaro carregam, em suas costas, estes cadáveres. São eles os responsáveis por abrirem os diversos setores da economia, não essenciais, para criar um clima de “tranquilidade” ou “normalidade” pros empresários continuarem a lucrar durante a pandemia. Enquanto isso, o trabalhador, o pequeno comerciante, os desempregados, muitas vezes passando fome, lutam para sobreviver e conseguir o almoço do dia seguinte para sua família.

As câmaras legislativas promovem um verdadeiro teatro

Esta é segunda tentativa de impeachment contra Crivella na Câmara. Os vereadores fazem isto para tentar aliviar a situação explosiva que se forma em cada canto da cidade. Estamos chegando ao limite!

Esta farsa é também reflexo das eleições municipais, que ocorrerão em novembro. Essa câmara putrefata, que nunca foi do povo, não tem compromisso algum com a classe trabalhadora. Estão se engalfinhando pela disputa eleitoral que se avizinha.

Os partidos de oposição de esquerda a Crivella agem também por puro oportunismo eleitoral e não têm compromisso real com o “Fora Crivella”. O PT e o PSOL depositam na saída institucional as agonias do povo trabalhador neste momento árduo em que vivemos. Estes partidos deveriam usar sua audiência, conquistada por conta da localização parlamentar, para chamar as mobilizações pelo Fora Crivella.

Por uma ampla campanha para derrotar Crivella, Witzel e Bolsonaro no Rio de Janeiro

Nós, do PSTU, propomos aos sindicatos, associações de moradores, de bairros, comunidades etc. uma ampla campanha unificada pelo Fora Crivella, Witzel e Bolsonaro/Mourão. Chamamos os trabalhadores e suas organizações a construir, unitariamente, nas suas bases, as condições para derrotar e colocar para fora estes bandidos genocidas. Não confiamos estas tarefas às casas legislativas, repleta de bandidos, que estão a serviço de Crivella, Witzel e os grandes empresários do Rio. O mesmo vale para Câmara dos Deputados e o Senado, que estão ao lado de Bolsonaro para diminuir o insuficiente auxílio de R$600 e aprovar leis que não garantem o emprego durante a pandemia.

Nós trabalhamos a vida toda para construir este país e, em poucos meses, assistimos milhares dos nossos tendo suas vidas ceifadas por um vírus, com a grande ajuda dos governantes bandidos. Eles estão a serviço dos super ricos, que são os que realmente mandam no país, e que mantêm a profunda desigualdade social. Não haverá outra saída para nós, trabalhadores, senão lutarmos por nossa sobrevivência. Lutar para mudar radicalmente tudo que está aí.

Nessa campanha, queremos debater com cada trabalhador e trabalhadora e suas organizações, a necessidade de, juntos, de maneira organizada, lutarmos por uma revolução que possa mudar a lógica da sociedade, pois o capitalismo, a sociedade comandada pelos ricos, já mostrou que não irá dar trégua para os trabalhadores. Queremos construir uma sociedade socialista, em que os trabalhadores possam governar com sua própria democracia, em que as riquezas que produzimos estejam a serviço de nossas vidas.