Assinatura da reforma trabalhista. Agência PT
Redação

Governo Temer vai gastar R$ 20 milhões em campanha mentirosa na televisão

Nesta sexta-feira, 17, o governo Temer vai começar a veicular uma campanha em defesa da reforma da Previdência na televisão dizendo que a medida visa “combater privilégios”. A nova campanha, a exemplo da que veiculou no primeiro semestre, que inclusive chegou a ser retirada do ar por ordem da Justiça, vai custar R$ 20 milhões aos cofres públicos segundo o jornal Folha de S. Paulo. E seu objetivo, como não poderia deixar de ser, é alardear uma série de mentiras a fim de quebrar a resistência da população a uma reforma extremamente impopular.

Os privilégios que o governo diz combater não é o de Temer, que se aposentou aos 55 anos como Procurador do Estado de São Paulo, com salário de mais de R$ 30 mil. Mas sim os servidores públicos, atacando os direitos do funcionalismo como se fossem privilégios a fim de nivelar tudo por baixo e ainda vender a reforma como fim das “injustiças”.

A nova campanha do governo também não vai dizer que, para você se aposentar com o benefício integral, terá que contribuir por 44 anos ao INSS. A versão mais recente da reforma da Previdência mantém a contribuição mínima de 15 anos junto à idade mínima de 65, mas estabelece que ela só dá direito a 50% da média salarial do trabalhador. Ou seja, você completou 65 anos e acumulou já 15 anos de contribuição, pode até se aposentar, mas vai receber só metade da média dos salários com os quais contribuiu ao longo da vida. E atenção! Não se trata da metade do último salário, mas da média do que contribuiu.

Funcionaria assim: com 15 anos de contribuição você tem direito a 50% da média salarial. Após isso, aumenta um ponto entre os 16 e 25 anos. Dos 26 aos 30 anos, aumenta 1,5%. Dos 31 aos 35, vai aumentando 2%. E a partir dos 36, 2,5%. De tal forma que chegaria aos 100% com 44 anos de contribuição.

Se a idade mínima de 65 anos já dificulta a possibilidade de toda uma faixa de trabalhadores se aposentar se pensarmos que, por exemplo, a expectativa de vida no Jardim Ângela, periferia de São Paulo, é de pouco mais de 55 anos, a obrigação dos 44 anos de contribuição praticamente tira a opção de aposentadoria com benefício integral. Que trabalhador consegue contribuir, nos dias de hoje, ao longo de 44 anos? A reforma trabalhista que acaba de entrar em vigor vai dificultar ainda mais. A categoria de trabalhador intermitente, por exemplo, está simplesmente fora do regime previdenciário.

Se colocar para votar, o Brasil vai parar!
Apesar da fragilidade do governo após os sucessivos escândalos de corrupção, e os cartuchos queimados para comprar os votos dos deputados nas 2 denúncias na Câmara, Temer e os banqueiros estão dispostos a aprovar esse duro ataque às aposentadorias dos trabalhadores. É uma exigência dos banqueiros com o qual Temer tem fiel compromisso e que não vai recuar. Se deixarmos, essa reforma da Previdência vai passar.

É preciso colocar a Greve Geral novamente na ordem do dia. No dia 10 de novembro, dia de lutas e paralisações, as direções das principais centrais firmaram compromisso de chamar um dia de paralisação nacional tão logo a reforma da Previdência seja colocada para votar. É fundamental construir essa luta por baixo, aprovando a Greve Geral nos sindicatos e movimentos, e exigindo das centrais que realmente se joguem para isso, ao contrário do que fizeram no dia 30 de junho e no próprio 10 de novembro.

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