Como se já não bastasse o descaso de FHC com a reforma agrária, este ainda por cima tem inflado o número de assentamentos durante seus mandatos. Terrenos vazios e áreas onde não há casas nem infra-estrutura básica, com água tratada, energia elétrica e rede de esgoto são a realidade de assentamentos que não saíram do papel.

Segundo denúncia recente da Folha de São Paulo, o governo federal tem inflado os balanços sobre a reforma agrária para efeito de publicidade. Só para citar o exemplo do Mato Grosso: há um déficit de 7 mil famílias em relação aos números divulgados nos últimos anos pelo Incra; os projetos de assentamentos no Estado precisam ainda de 8 mil casas, 10 mil km de asfalto e 3 mil km de rede de energia elétrica.

Isso tudo só vem comprovar a necessidade de uma reforma agrária sob controle dos próprios trabalhadores, que exproprie o latifúndio e a grande agroindústria. Da posse dos recursos oriundos do não pagamento das dívidas externa e interna, haveria dinheiro suficiente para assentar as cinco milhões de famílias sem-terra existentes no país.