Um Governo dos Trabalhadores deve basear-se na ação das massas e em organismos de podOs trabalhadores e o povo pobre não devem depositar nenhuma confiança nas instituições desta democracia dos ricos. Não será através das eleições que realizaremos as profundas mudanças que propomos acima. Não será através de uma Constituição que defende a propriedade dos ricos, de um Congresso Nacional corrompido pelos lobbies dos grandes bancos e empresas privadas, e de uma Justiça que vela pelos interesses da classe dominante que os trabalhadores governarão este país.
Tampouco governarão através de mudanças cosméticas que levem a adoção de medidas como o Orçamento Participativo, que se propõe a definir somente sobre 10% do orçamento estatal e possui um caráter meramente consultivo, subordinado às demais instituições burguesas.
Diante da hipótese da eleição de um governo que se disponha a aplicar um programa anticapitalista, este terá que convocar e se apoiar na mobilização de massas para impor cada uma de suas medidas. E, para garantir sua aplicação, deverá se subordinar a organismos democráticos construídos pelas próprias massas no calor da luta. Estes organismos de poder, ou Conselhos Operários e Populares, teriam delegados eleitos em locais de trabalho e moradia, com mandatos revogáveis e um salário não superior ao de um operário especializado.
O que estamos propondo aqui também não é nenhuma novidade. Estes Conselhos foram construídos durante Revolução Russa de 1917. Recentemente vimos o surgir organismos semelhantes a estes em alguns países da América Latina. As Assembléias Populares e o Movimento Piqueteiro na Argentina são exemplos de embriões de organismos que podem via a se desenvolver como instituições de poder da classe trabalhadora.