Vitoriosa, aguerrida e promissora. Não há outros adjetivos para descrever a Plenária Nacional Contra a Reforma Universitária e em Defesa da Universidade Pública, ocorrida no dia 26 de março em São Paulo. O evento reuniu CAs, DCEs e Executivas de Curso de todas as regiões do país, totalizando aproximadamente 1.200 estudantes.

A plenária foi iniciativa da Frente de Luta Contra a Reforma Universitária, da qual o Andes-SN faz parte, e contou com a participação de representantes do Sinasefe, do Vamos à Luta da Fasubra e demais sindicatos do movimento de educação.
O clima de unidade contra a reforma de Lula/FMI contagiou todos, ao som de palavras de ordem e uma empolgante bateria: “A unidade é pra lutar, pra não privatizar”, cantavam os participantes.

A plenária foi iniciada com um painel sobre os principais pontos da reforma, onde o professor Paulo Rizzo, presidente do Andes-SN, destacou as armadilhas do Projeto de Lei 7.200/06 e resgatou o papel histórico e decisivo dos movimentos sociais na defesa da universidade pública.

Ainda pela manhã, instalaram-se os Grupos de Discussão (GDs), onde todos os estudantes puderam expor democraticamente suas opiniões sobre a reforma, o calendário de lutas e as alternativas para o movimento estudantil.
Terminados os GDs, a plenária final aprovou por aclamação, entre outras iniciativas, a realização de manifestações nos estados no dia 17 de abril, em sintonia com a paralisação dos servidores federais e o “Abril Vermelho” do MST. Outra data importante será o 24 de maio, dia nacional de ocupação de reitorias contra a reforma e em defesa da assistência estudantil.

Os estudantes deliberaram também fortalecer a marcha a Brasília, que será realizada no segundo semestre em conjunto com os trabalhadores, para denunciar as reformas neoliberais.

Infelizmente, não houve consenso na construção de um encontro nacional contra a reforma Universitária, onde se pudesse discutí-la com mais profundidade e planejar os futuros enfrentamentos contra o governo, embora a disposição da maioria dos presentes apontasse nessa perspectiva. Inclusive, alguns fóruns do movimento, como o congresso dos estudantes da UFPA, já votaram resoluções nesse sentido.
Ao final, os estudantes saíram em passeata pela avenida Tiradentes e concluíram a manifestação em frente à Fatec.

O desafio agora é reproduzir nas universidades e escolas as discussões, construir plenárias estaduais e formar comitês de base para massificar a campanha contra a reforma.

A plenária foi um marco para o movimento estudantil independente. Pela primeira vez, desde o início do governo Lula, se forjou uma sólida unidade em torno da bandeira de luta contra a reforma. Essa unidade deve ser concretizada na base e no cotidiano de cada universidade. A essa altura, Lula e a sua amiga UNE já perceberam que a reforma não passará tão facilmente quanto desejavam…

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