A Petrobras é a principal petroleira em atividade na Bolívia e por isso foi um dos principais alvos da luta do povo boliviano pela nacionalização dos hidrocarbonetos. Atualmente a Petrobras representa 10% do PIB da Bolívia e mais de 20% na arrecadação de
impostos.

A Petrobras atua como uma empresa imperialista: explora as riquezas e gera lucros fabulosos. Por isso, concorda totalmente com as petroleiras americanas em sua oposição à estatização dos hidrocarbonetos.

A postura da empresa foi a de ameaçar cortar os investimentos no país. Recentemente, ameaçou sair da Bolívia se não tivesse garantidos “seus investimentos e sua rentabilidade”. A Petrobras controla cerca de 10 % das reservas de gás natural bolivianas e é dona das duas refinarias do país, em Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba. A empresa também opera o gasoduto Brasil-Bolívia, que chega até São Paulo. O Brasil importa cerca de 30 milhões de metros cúbicos de gás boliviano por dia.

Para tranqüilizar os investidores, no dia 13 de janeiro, Evo Morales veio ao Brasil e, numa reunião com Lula, confirmou que não haverá expropriações.

A atuação da empresa brasileira é um dos maiores exemplos da atuação do Brasil como uma “submetrópole regional”. Por um lado, é recolonizado pelas potências imperialistas e sofre o mesmo saque de riquezas que os outros países latino-americanos. Por outro, atua como “sócio menor” na exploração de outros países mais fracos, recebendo, em troca, alguns migalhas maiores.

A influência econômica do Brasil não se limita ao setor de hidrocarbonetos: estima-se que 35% da produção de soja de Santa Cruz de la Sierra (a principal do país) seja propriedade de burgueses brasileiros. E as empresas brasileiras também têm contratos de US$ 330 milhões para construção de estradas.

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