A esquerda reformista insiste em afirmar que a política externa do governo é “progressiva”, “independente” dos EUA e que está a serviço da “integração regional”. Tal afirmação não resiste aos fatos.

A economia brasileira é totalmente dominada pelo capital estrangeiro. O projeto do imperialismo é transformar o Brasil em uma plataforma de exportação de produtos agrícolas e industriais, fabricados pelas multinacionais aqui instaladas. Portanto, qualquer proposta de “integração regional”, como o Mercosul, visa beneficiar essas empresas estrangeiras.

Por outro lado, pelo peso econômico do Brasil em relação ao continente, várias empresas brasileiras cumprem um papel semelhante às multinacionais nos países latino-americanos. É o caso da Petrobras na Bolívia e na Colômbia, onde a estatal é, respectivamente, a primeira e a segunda petroleira mais importante. Não é por menos que a Petrobras é o principal alvo da luta dos bolivianos pela nacionalização do gás.

Além disso, o governo Lula cumpre um papel fundamental para o imperialismo, ao agir como “bombeiro” da América Latina, intervindo em processos revolucionários para fazer retroceder a luta das massas. Foi o que ocorreu na Bolívia após as insurreições que derrubaram dois presidentes, e na Venezuela, onde Lula buscou mediar os enfrentamentos entre a oposição burguesa e o governo Chávez.

Mas o exemplo de submissão mais vergonhoso aos EUA é o papel do Brasil na ocupação colonial do Haiti. Lá, os soldados brasileiros atuam como “exército auxiliar” do imperialismo, disfarçados de tropas de paz. Os militares brasileiros agem como qualquer tropa de ocupação, reprimindo e violando os direitos humanos, algo amplamente denunciado por várias organizações humanitárias.

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