Fotos Romerito Pontes

Ato nacional defendeu greve geral para colocar todos pra fora e exigir eleições gerais

Na manhã deste domingo, 1º de maio, Dia Internacional do Trabalhador, cerca de 4 mil pessoas de várias partes do país foram à Avenida Paulista dizer “Fora Dilma, Temer, Cunha e Aécio”. O protesto convocado pela CSP-Conlutas e demais entidades reunidas no Espaço Unidade de Ação foi um contraponto à manifestação em defesa do governo Dilma realizada no Anhangabaú e ao ato organizado pela Força Sindical, PSDB e demais setores que defendem um governo Temer em aliança com a oposição burguesa.

O ato contou com expressiva participação do movimento popular, de trabalhadores metalúrgicos, inclusive metalúrgicos de São José dos Campos (SP) que vem realizando nas últimas semanas uma série de paralisações e manifestações nas principais fábricas da região pelo “Fora Todos”, além de bancários, petroleiros, profissionais da educação, estudantes e servidores públicos. “Estamos aqui criando um pólo de resistência contra o PT, contra o PSDB e esse Congresso, aqui é a luta pra construir uma greve geral para botar pra fora toda essa canalhada“, afirmou Atnágoras Lopes, da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas.

Aqui na Avenida Paulista estão aqueles e aquelas que vieram dizer em alto e bom som que a classe operária brasileira, que a classe trabalhadora desse país, não quer Dilma, mas também não quer Temer“, discursou Zé Maria pelo PSTU. “Não há solução para os problemas que afligem a vida da classe trabalhadora com essa corja que vemos governar o país nesse momento“, disse, citando os inúmeros ataques realizados por Dilma para defender os interesses dos banqueiros e empresários.

Vimos na votação do impeachment que daquela corja não vai sair nada que atenda os interesses da classe trabalhadora“, criticou ainda. “Por isso o PSTU vem dizendo que o impeachment não é a solução para o povo brasileiro, pois tira o seis e põe meia-dúzia no lugar”, disse, reafirmando a necessidade de uma greve geral no país, não para manter esse governo que só nos ataca, tampou para garantir o impeachment articulado por esse Congresso Nacional, mas “para botar pra fora todo mundo“.

Nós sabemos que a solução definitiva para a classe não vai vir desse governo, mas de um governo socialista dos trabalhadores que se apoie nos conselhos populares, nas organizações de luta da nossa classe”, afirmou ainda Zé Maria. Mas enquanto não temos esse tipo de organizações, defendeu, “que seja dada ao povo o direito de eleger e escolher quem governar, seja deputado, senador e presidente, por isso defendemos eleições gerais já“.

Zé Maria finalizou fazendo um chamado ao MTST e à direção do PSOL  para que, ao invés de irem em atos para defender o “Fica Dilma”, que se somem à luta para botar para todos para fora.

Sâmia Bomfim falou pelo MES (Movimento Esquerda Socialista), corrente interna do PSOL, lembrando a luta dos estudantes secundaristas que ocupam escolas no Rio e em São Paulo. “É nessas lutas que temos que nos apoiar para termos uma alternativa política“, afirmou. “O que estamos vendo no impeachment é o projeto falido de conciliação de classes do PT, que preferiu governar apoiado na burguesia e não na mobilização popular“, analisou, defendendo eleições gerais e criticando “companheiros que estão no ato com o governo”.

Crítica compartilhada pelo vereador do PSOL no Rio de Janeiro, Babá. “Lamento que neste momento, ali no Anhangabaú, o deputado federal pelo PSOL, Ivan Valente, que ainda não perdeu o coração pelo PT, e outros companheiros do PSOL, estejam naquele ato”, discursou. “É uma vergonha para o PSOL que estejam lá junto com Dilma, junto com Lula, traidor da classe trabalhadora brasileira”, disse

O sol forte não suficiente para desanimar os manifestantes, que não perderam o pique num só momento no ato que teve início por volta das 10h da manhã e se estendeu até o começo da tarde. Além das falas das organizações que estiveram na construção do ato, a manifestação contou com diversas intervenções artísticas, com muito rap e samba.