Na tarde de 17 de abril de 1996, 19 sem-terra foram assassinados e mais de 60 espancados e feridos, entre eles mulheres e crianças, em um trecho da rodovia PA-150 conhecido como curva do S, no Pará. Dois batalhões armados e sem identificação pessoal nas fardas, enviados pelo governo Almir Gabriel (PSDB), cercaram na rodovia os sem -terra que lutavam por reforma agrária, deixando-os encurralados. 
 
O Massacre de Eldorado dos Carajás como ficou reconhecido mundialmente chocou o país e levou a mobilizações e protestos em todo o Brasil contra a bárbara e criminosa ação policial. 
 
Duas décadas depois, nenhum dos 150 policiais envolvidos no massacre foi preso. A impunidade, a ausência de Reforma Agrária e o avanço do agronegócio é o que seguem matando sem terra em todo o país, como ocorreu no início de abril deste ano com a emboscada de jagunços, pistoleiros e a polícia de Beto Richa (PSDB) num acampamento em Quedas do Iguaçu, sudoeste do Paraná, área grilada pela Araupel, que assassinou dois militantes do MST e deixou mais de 20 feridos.
 
A verdade é que o avanço do agronegócio no nosso país é incompatível com a reforma agrária. E, neste sentindo, a opção dos Governos do PT de Dilma e Lula ao priorizarem o agronegócio, Latifúndio e as grandes empreiteiras da construção civil significou o abandono de qualquer política que priorizasse a reforma agrária e a produção de alimentos nas terras brasileiras.
 
Há mais de um ano, a reforma agrária está congelada. Desde janeiro de 2015, o governo Dilma não expropriou sequer um metro quadrado de terra improdutiva para a reforma agrária. Em 2005, o governo Lula chegou a desapropriar 401 imóveis rurais. Desde então, o número veio caindo. Em 2010, foram 183 e, em 2014, foram 30. O governo deu e dá todo apoio ao agronegócio, para a produção de grãos e carne para exportação, em detrimento da reforma agrária e da produção de alimentos para o nosso povo. 
 
Em homenagem aos bravos e guerreiros sem terra assassinados pelo latifúndio e pela repressão do Estado no massacre do Eldorado dos Carajás e nas sistemáticas emboscadas e perseguições, não esqueceremos e faremos justiça dando continuidade à luta por Reforma Agrária com a unidade dos trabalhadores do campo e da cidade! #reformaagráriaJá
 
 
 

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