Deuzalina trabalha há 20 anos como servente de pedreiro em Belém. Enfrentou o machismo durante muito tempo, lutou contra ele e hoje é coordenadora-geral do sindicato, referência na categoria. O Opinião Socialista conversou com a dirigente, que encabeçou a chapa Avançar Conlutas, sobre sua trajetória.

Opinião – Que tipo de discriminação você sofreu num ambiente dominado por homens, como é o canteiro de obras?
Deuzalina Todo tipo. Entrei bem jovem. E aí as pessoas vêem uma jovem e já começam a falar em ‘sangue novo´. O assédio sexual é a primeira coisa que vem. Falavam também ‘por que você não procurou emprego em outro local, por que não foi trabalhar em casa de família, não é melhor pra ti?´ Eu sempre falava que isso não tinha nada a ver. Trabalhar é um direito, é uma opção minha. Eu enfrentei tudo isso. Sabemos que as mulheres são minoria na categoria.

A senhora conquistou muito respeito entre os companheiros no movimento sindical.
Com certeza. Hoje sou coordenadora-geral do sindicato e isso significa que meus companheiros me respeitam bastante. Não existe aquela coisa de preconceito por ser mulher e estar na direção.

Qual é a importância da luta contra o machismo numa categoria onde ele é tão forte?
É muito importante. Com certeza tem hoje muitas companheiras passando pelo mesmo que eu passei por anos. Estão sofrendo nos canteiros de obras como eu sofri. Então, é importante lutar contra isso, juntando os movimentos, as companheiras, para superar tudo isso.

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