Conlutas combate pelegos e se fortalece em petroleiros, bancários, metalúrgicos e profissionais da educaçãoPor mais que tenha sido importante, não se pode reduzir 2006 à realização do Conat. O ano que se encerra foi marcado também por importantes avanços da Conlutas em categorias de peso da classe trabalhadora. Em julho, o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), um dos maiores do Rio de Janeiro, realizou um plebiscito sobre a permanência ou não na CUT. Cerca de 62% dos mais de 18 mil votantes aprovaram a ruptura com a central. Ao mesmo tempo, a entidade realizava as eleições para sua nova diretoria e a chapa da Conlutas obteve a maior votação, com 33% dos votos.

Outra conquista importante foi obtida nas eleições do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda (RJ). Após duas trágicas gestões, dirigidas respectivamente pela Articulação/CUT e Força Sindical, a chapa apoiada pela Conlutas venceu as eleições do sindicato que foi, no passado, uma referência de luta.
Já entre os petroleiros, a coordenação impulsionou a criação da Frente Nacional dos Petroleiros (FNP), uma direção alternativa à Federação Única dos Petroleiros (FUP), ligada à CUT. O estopim para a ruptura foi a encarniçada campanha deflagrada pela FUP, em conluio com a direção da Petrobras, para impor a chamada “repactuação“ aos trabalhadores. A medida representava um verdadeiro ataque à Previdência da categoria.

A medida foi derrotada graças à mobilização da FNP. Além de encaminhar a campanha salarial, algo que a própria FUP não se habilita a fazer, a FNP obteve, recentemente, uma importante vitória na anulação da 8ª Rodada de Licitações promovida pelo governo. A frente ocupou o prédio da Petrobras no Rio exigindo o atendimento às reivindicações da campanha salarial e o cancelamento dos leilões.

Em bancários, um dos setores mais combativos dos últimos anos, a Conlutas impulsiona, em todo o país, o Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB). Em setembro, em plenas eleições, a categoria atropelou a direção da pelega Contraf/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e, apoiada pela oposição, foi à greve. Em vários estados, foram eleitos Comandos de Base para se contrapor ao Comando da Contraf e seus acordos rebaixados com os banqueiros. A direção do movimento, após semanas de greve, conseguiu pôr fim ao movimento, mas saiu extremamente desgastada, comprovando a necessidade urgente de uma nova alternativa para a luta da categoria.

Importantes avanços ocorreram também em outras categorias. No funcionalismo, foi aprovada a incorporação da Conlutas na Cnesf (Coordenação Nacional dos Servidores Federais). Portanto, hoje, a coordenação tem direito a voz e voto nas plenárias nacionais, que definem os rumos da luta dos servidores.

Além disso, a coordenação vem cumprindo um papel de unificação das lutas das categorias, propondo a realização de campanhas salariais conjuntas e mobilizações unitárias. Dessa forma, a Conlutas avança em todo o país, disputando a direção do movimento com os pelegos e encabeçando o processo de reorganização nas bases das categorias.< Post author
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