O prenúncio dos desafios colocados para o próximo ano foi dado no final de outubro, durante o seminário organizado pela Conlutas em São Paulo com o objetivo de discutir e organizar a mobilização contra os ataques preparados pelo governo. O seminário “Organizar a luta contra as reformas neoliberais” superou todas as expectativas, mostrando o amplo espaço para a organização da luta contra as reformas, assim como a grande demanda de informação sobre o tema. Agora, o seminário está sendo reproduzido nos estados, a fim de acumular força e massa crítica para que se possa, em 2007, desencadear uma grande mobilização nacional em defesa dos direitos.

Já no último dia 29 de novembro em Brasília, uma reunião entre a Conlutas e diversos setores sindicais lança a Frente Nacional Contra as Reformas Neoliberais e em Defesa dos Direitos Sociais, Sindicais e Trabalhistas. A frente divulgou um manifesto conclamando a unidade entre todos aqueles que se colocam contra as reformas do governo Lula, propondo a realização de um grande encontro no início de 2007 para preparar a mobilização.

Chamado à unidade
A Coordenação Nacional da Conlutas também aprovou uma carta ao Encontro Nacional da Intersindical – a tentativa de construção de uma alternativa sindical dirigida por um setor do PSOL – realizado no início de dezembro. Este encontro reuniu cerca de 250 participantes, claramente minoritário em relação aos mais de três mil do Conat. A Intersindical reúne setores que seguem defendendo a permanência na CUT e outros que estão a favor da ruptura com esta central.

Na carta para a Intersindical, a coordenação faz um chamado à unidade na luta contra as reformas. Além disso, conclama os companheiros a se definirem claramente pela ruptura com a CUT e a se somarem à construção da Conlutas, evitando, desta forma, a fragmentação da esquerda combativa.

Ainda na carta, a coordenação assegura o caráter amplo e democrático da entidade. “Queremos ressaltar que sua estrutura de direção é bastante horizontal e aberta, garantindo a presença de todas as entidades e organizações dos movimentos sociais e, por essa via, das distintas forças políticas”, afirma o documento. No entanto, qualquer que seja a decisão dos setores que hoje constróem a Intersindical, a Conlutas faz um categórico chamado à unidade nas mobilizações contra as reformas.
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