A Argentina parou nesta segunda-feira, dia 22. O país viveu sua terceira Greve Geral nos últimos 15 meses, contra a política econômica do governo de Mauricio Macri.

Ônibus e metrôs das grandes cidades não circularam. Portos e aeroportos, estações e linhas ferroviárias, bancos, escritórios, hospitais e escolas públicas também paralisaram. Operários de diversas fábricas também cruzaram os braços. Os professores de todo o país aderiram à greve, assim como os trabalhadores da construção. Houve bloqueio de ruas e estradas em pontos nevrálgicos do país como o acessos à Capital. Partidos de esquerda convocaram os trabalhadores para uma manifestação no Obelisco, localizado na Avenida 9 de Julho, em Buenos Aires. 

A Greve Geral se enfrenta contra o ajuste promovido por Macri e pelo FMI. Recentemente, o governo celebrou um acordo com o fundo, que “emprestou” US$ 50 bilhões em troca da soberania do país e do aprofundamento dos ataques aos direitos sociais e trabalhistas. Desta forma, Macri pretende diminuir os gastos do Estado com as áreas sociais, realizar uma reforma trabalhista para acabar com direitos e reduzir salários para os país poder ser “competitivo” no mercado capitalista mundial.

A alta do dólar e a política energética fizeram com que os preços disparassm: o Peso se desvalorizou, e os juros foram pra 40%, enquanto aumenta a importação do petróleo que faz explodir o preço dos combustíveis. O resultado é que a inflação está sendo projetada para 30% neste ano. O desemprego chegou a 9,1% neste primeiro trimestre. No último trimestre de 2017, era de 7,2%. Macri ainda impôs “tarifaços” de 26% a 53% sobre as contas de eletricidade, gás e água. Mas, enquanto a crise social aumenta, as principais centrais sindicais, como a CGT peronista, celebraram um acordo que limita o reajuste anual de salários a 15%.

Fora Macri e o FMI
O PSTU da Argentina lançou um comunicado afirmado que a crise não poderá ser solucionada através das eleições do ano que vem. “Nós os socialistas do PSTU consideramos que é equivocado esperar ou apostar em 2019, é agora que devemos impulsionar a luta, não somente contra as medidas econômicas, mas também contra o acordo do FMI e o G-20 que nos prende ao imperialismo e às multinacionais”, explicou a organização.

O partido defende a construção de uma Assembleia Nacional de Trabalhadores, que inclua todos os que desejam enfrentar o governo e o FMI, agregando movimentos sociais e a esquerda do país. “Nela, com delegados de base de milhares de assembleias poderemos ter uma pauta única que abarque desde as liberdades democráticas, o aborto legal e gratuito, o aumento salarial e o fim das demissões e suspensões”, explica.