Manifestação realizada na Av. Paulista no último dia 22 pede a legalização do aborto.

As mulheres argentinas, após realizarem manifestações que levaram multidões às ruas em Buenos Aires, conseguiram uma importante vitória com a aprovação da legalização do aborto na Câmara dos Deputados. Agora seguem na luta para aprovar o projeto em definitivo no Senado. Da mesma forma, as mulheres irlandesas fizeram história, quando conseguiram fazer com que uma maioria significativa da população respondesse ‘sim’ ao referendo sobre a legalização do aborto em seu país. O exemplo das argentinas e irlandesas, que vivem em dois países de maioria católica deve servir para impulsionar o debate no Brasil.

Há muita polêmica e hipocrisia em torno a este debate. A ausência de legislação não impede que as mulheres ricas, com condições de terem atendimento em clínicas particulares, realizem o procedimento de maneira segura e sigilosa. Já as mulheres trabalhadoras e pobres, que no seu dia a dia, já não tem acesso a serviços de saúde com qualidade, se submetem a prática do aborto em condições completamente insalubres e perigosas. Milhares de abortos clandestinos são realizados todos os anos, seguido de números também alarmantes de internações com sequelas e mortes por conta de procedimentos realizados em condições precárias.

Logo após o resultado da votação na Argentina, alguns atos foram marcados nas principais cidades brasileiras. Precisamos avançar em nossa organização e enfrentar os setores conservadores que tentam impor uma criminalização ainda maior às mulheres, proibindo o aborto mesmo nos casos de estupro, de risco a vida da mãe ou em fetos anencéfalos. Ao mesmo tempo, é preciso seguir na luta para que as mulheres tenham as condições materiais necessária para quando decidirem ter seus filhos.

Nós, que fazemos parte do Movimento Mulheres em Luta, estivemos nas ruas, no dia 22 de Junho, construindo esses atos e também vamos, junto com a CSP-Conlutas, fazer com que esse tema chegue à base das categorias dos trabalhadores para disputar a consciência da nossa classe e organizar a defesa da vida e dos direitos das mulheres. Junte-se a nós! Tomemos as ruas!

Educação sexual para decidir!
Contraceptivos para não engravidar!
Aborto legal para não morrer!