Encontro aprova campanha por mais verbas e contra a reforma universitáriaO Encontro Nacional de Estudantes terminou na quinta, às 22h30 da noite, após um dia de programação intensa, que incluía painéis e grupos de discussão (GDs) sobre conjuntura, educação, movimento estudantil e opressões. A votação das resoluções começou por volta de 19h e foi bastante polêmica. Nisso, o contraste com os encontros da UNE é explícito: o ENE foi um espaço de discussão aberto, democrático e plural.

Para Tiago Hastenreiter, da Secretaria Nacional da Juventude do PSTU, “o ENE foi bastante representativo, já que estiveram presentes cerca de 800 estudantes e 200 entidades, entre CAs, DAs, DCEs e Executivas de Curso, como a da Letras, da Pedagogia e a de Medicina”. Muitas dessas entidades ainda não aderiram à Conlute, mas tiveram direito a voz e voto no encontro. Havia também jovens de outros países, como Costa Rica, Rússia e Equador, que saudaram e apresentaram um pouco de suas lutas aos brasileiros.

`Plenária

Sobre a plenária final, a avaliação é de que houve grandes avanços na política e na organização da Conlute. Um dos debates iniciais aconteceu em torno das eleições presidenciais de 2006, em que há uma falsa polarização entre PT e PSDB. Nos grupos de discussão, os militantes do PSTU defenderam uma frente classista, mas não apresentaram a proposta para que fosse aprovada na plenária final.

Um dos avanços, na avaliação de Tiago Hastenreiter, foi que a campanha central da Conlute este ano terá como eixo a luta por mais verbas para a educação, relacionando com a Reforma Universitária e exigindo o não pagamento da dívida externa. “O governo Lula cortou 1 bilhão de reais em 2005 e este ano, 1,6 bilhão”, informa Tiago. Além disso, ele acrescenta que o corte de verbas é o que mais ataca as universidades e o que melhor se aproxima da realidade dos estudantes.

Neste encontro, a Conlute também deu um passo à frente na sua organização. A maioria de seus membros avalia que ela ainda deve ser mantida como uma coordenação de entidades, mas que seu projeto futuro deve ser o de se tornar uma entidade nacional estudantil, alternativa à UNE governista. Para isso, ela deve primeiro aumentar a sua presença nos cursos e escolas e fazer uma ampla campanha na base, defendeu Rafael Ribeiro, do DCE-UFMG.

As resoluções votadas estabelecem os passos iniciais para formar uma entidade nacional. Foi formado um colegiado nacional da Conlute, com 19 entidades, e um congresso estudantil foi marcado para setembro de 2007.

Também foram aprovadas resoluções sobre conjuntura (contra o imperialismo, a favor da resistência iraquiana, contra as tropas brasileiras no Haiti) e temas específicos, como a maior integração com movimentos sociais, camponês, negro, de mulheres e GLBT, além de maior inserção nas escolas secundaristas. O ENE também votou pela filiação da Conlute à Conlutas e a favor da aliança estudantil-operária, com independência da Conlute.

Os estudantes continuam em Sumaré e participam neste momento da abertura do Conat.