Redação

O país vive momentos importantes, que podem determinar mudanças de grande peso. O agravamento da crise política com a denúncia pesada de corrupção na compra de vacinas pelo governo Bolsonaro pode desencadear um novo momento na luta por sua derrubada.

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Bolsonaro já entrou na história do país como genocida, responsável pela morte de mais de meio milhão de brasileiros, pelo atraso proposital na vacinação e o combate contra o isolamento social. É também responsável por reformas, como a da Previdência e as privatizações, que pioraram a miséria dos trabalhadores.

Por estes motivos, já vinha sendo considerado por 50% dos brasileiros como ruim ou péssimo, em um aumento importante do repúdio ao governo. Mas ainda mantinha 23% de aprovação, com uma base que incluía setores da ultradireita, evangélicos, grupos empobrecidos ao redor do auxilio emergencial e pequeno-burgueses (como comerciantes e outros setores) afetados pela crise econômica. Nessas parcelas da população sobrevivia a narrativa da “luta contra corrupção” de Bolsonaro, apesar de todas as evidências da “rachadinha”, dos escândalos de seus filhos, etc. O que vai ocorrer agora, com essa denúncia explosiva de corrupção, vinda de um bolsonarista como Luís Miranda?

Mais ainda, o que justifica essa ação da CPI e de um deputado do PP? Existe um movimento de setores da burguesia se descolando de Bolsonaro, para tentar afastá-lo do segundo turno e tentar emplacar afinal um outro nome para enfrentar Lula?

Por último, e mais importante: vai haver um avanço para massificação dos atos contra Bolsonaro, a partir de 3 de julho? Existe a possibilidade de um avanço do movimento de massas que seja um salto em relação às mobilizações de 29M e 19J, que foram muito importantes, mas ainda refletindo setores de vanguarda no país?

Essas perguntas só poderão ser respondidas pela própria evolução da realidade. Mas em uma delas, a mobilização de massas, existe a possibilidade de incidência direta das dezenas de milhares de ativistas da juventude, movimento sindical e popular, dos movimentos contra a opressão no país. Vamos todos, na mais ampla unidade de ação, mobilizar para massificar os atos contra Bolsonaro, a começar por 3 de julho. É possível derrubar esse governo genocida e corrupto! A hora é agora!

Unidade ampla para lutar, mas nenhuma unidade com a burguesia para governar

Nós, que defendemos a mais ampla unidade nas ruas para derrubar esse governo, achamos muito necessário que os ativistas da juventude e dos movimentos sociais discutam o que colocar no lugar de Bolsonaro.

Não é a mesma coisa a unidade para lutar e a unidade com a grande burguesia para substituir Bolsonaro. Na verdade, esse governo genocida tem a participação de um banqueiro como Guedes no Ministério da Economia, como representação dos grandes bancos desse país. As grandes empresas multinacionais industriais e comerciais, assim como o agronegócio estiveram e estão apoiando Bolsonaro. Se se afastarem dele no fim da festa, é só para seguir dominando o país através de outro governo.

Nós respeitamos os ativistas da base do PT e do PSOL. Mas queremos dizer a eles por que não estamos de acordo com o projeto de governo Lula apoiado pelo PT e a maioria da direção do PSOL, que já sinalizou o apoio a Lula no primeiro turno.

Lula está montando uma proposta de governo com os pesos pesados da mesma burguesia que apoiou o governo Bolsonaro. Está negociando até com FHC e o PSDB. Isso já ocorreu nos governos passados do PT. Basta recordar que o mesmo centrão que apoia Bolsonaro no Congresso hoje era base de apoio dos governos do PT.

Queríamos então fazer uma proposta aos ativistas do PT e do PSOL. Vamos exigir juntos de Lula compromissos mínimos: o de revogação das reformas trabalhista e previdenciária, a revogação das privatizações feitas pelos governos Bolsonaro e Temer. Vamos exigir juntos um auxílio emergencial de um salário mínimo para todos os desempregados. Nós achamos que Lula não vai se comprometer a isso, exatamente porque está montando um governo com o grande capital, que não está de acordo com isso.

Nós queremos muito derrubar Bolsonaro. Mas queremos avançar para um governo dos trabalhadores e um programa socialista e revolucionário, que exproprie os bancos para poder perdoar as dívidas dos trabalhadores e pequenos comerciantes. Que exproprie as grandes empresas da saúde para poder fortalecer o SUS tratar dos trabalhadores. Que exproprie as grandes empresas do agronegócio para que o povo possa comer. Nós defendemos o socialismo e a revolução. Temos muito orgulho de levantar nossas bandeiras vermelhas.

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