O dia 17 de abril foi marcado por mobilizações e atos de protesto em todo o país. Por toda a parte, as reivindicações e denúncias eram as mesmas: contra as reformas neoliberais do governo Lula, contra o PAC, em defesa da educação e dos direitos, em defesa do serviço público, por reforma agrária e moradia.

A principal atividade aconteceu em São Paulo e reuniu mais de oito mil pessoas. Eram servidores, trabalhadores em educação, estudantes e ativistas do MST, MTST e do MLST, organizações do movimento popular envolvidas na luta pela moradia e pela reforma agrária. Os trabalhadores em educação foram presença forte no ato. Eles tinham acabado de sair de uma assembléia vitoriosa que aprovou indicativo de greve para o dia 10 de maio.

A polícia, parecendo querer repetir a pancadaria do dia 8 de março, foi uma presença constante na passeata. Participantes informaram que por diversas vezes os policiais provocaram os manifestantes. Além da presença ostensiva desnecessária, eles entravam no meio da passeata com carros e motos durante todo o percurso.

No Rio de Janeiro, o MST promoveu uma ocupação no Incra e contou com o apoio dos servidores do Instituto e da Conlutas. Durante todo o dia, houve paralisação de diversos setores importantes do funcionalismo público. À tarde, uma passeata percorreu o centro da cidade. O ato foi um exemplo de unidade entre diversas entidades e organizações dos trabalhadores. Entretanto, a CUT e a UNE, mais uma vez, não estavam ao lado dos trabalhadores e da juventude cariocas.

Em Porto Alegre, funcionários, estudantes e professores das quatro universidades federais do Rio Grande do Sul fizeram um ato pela manhã no centro da cidade. A atividade também contou com os servidores do Cefet-Pelotas, professores e trabalhadores em educação da rede estadual de ensino, estudantes secundaristas e servidores federais de outros setores. A manifestação foi contra as reformas neoliberais do governo Lula, contra o PAC e em defesa da educação.

Em Natal, mais de 800 pessoas caminharam até o prédio do INSS, no centro da cidade. O ato foi concentrou as atividades do Dia Nacional de Paralisação dos servidores públicos Federais e o Abril Vermelho, promovido pelo MST. Representantes de todas as entidades tiveram direito à fala no carro de som da manifestação e expressaram a indignação contra os ataques sofridos pela classe trabalhadora. A revolta foi voltada, principalmente, às reformas do governo Lula, à inexistência de reforma agrária e ao PAC.

Próximos passos
O dia 17 foi definido no Encontro Nacional contra as Reformas Neoliberais, ocorrido no dia 25 de março, em São Paulo, como dia nacional de lutas. Já a reunião da Conlutas do último fim-de-semana reafirmou o plano de lutas votado no mesmo encontro, bem como a necessidade de construir a unidade para derrotar o governo, sem abrir mão da luta contra ele.

Assim, a construção de atos classistas no 1º de Maio é fundamental para fortalecer a luta contra as reformas neoliberais. Antes disso, porém, incorporado ao calendário do encontro, o dia 23 de abril será um dia de luta contra a Emenda 3 da Super-Receita. A Conlutas estará presente nas mobilizações e vai manifestar a sua contrariedade à Emenda 3 e ao conjunto da Super-Receita, ao contrário de setores que hoje defendem o governo.

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