Não servirá para nada uma entidade com um programa de luta e independente da burguesia se em seu interior predominarem as mesmas relações burocráticas nas quais afundou a CUT. Portanto, a luta contra a burocratização e pela democracia deve ser permanente e se refletir na própria estrutura e organização dessa nova entidade.

Independência política da burguesia e do Estado
A atuação da nova alternativa deve basear-se no princípio de que a “libertação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores”. Para isso deve pautar-se pela mais completa independência política, financeira e administrativa frente à burguesia, aos governos e ao Estado.

Autonomia frente aos partidos
A nova alternativa deve ser uma organização de natureza sindical e popular, sem caráter partidário. Será completamente autônoma frente aos partidos políticos, o que significa que suas decisões serão tomadas soberanamente em suas instâncias. No entanto, ela não deve ser uma entidade apolítica na medida em que toda luta de classes é uma luta política. Vai posicionar-se sobre os acontecimentos políticos na sociedade e vai receber em seu interior todos trabalhadores e jovens filiados ou não em partidos políticos.

Discussão sistemática, democrática e pela base
Ao contrário do que ocorria na CUT, a nova entidade deve se construir na mais ampla democracia. Suas entidades devem ter sua independência integralmente resguardada.
Ao mesmo tempo os rumos da Conlutas devem ser amplamente discutidos na base das entidades que a compõem.

Desta forma, tudo o que a nova entidade decidir deve ser fruto do debate e convencimento político. Certamente, cada passo dessa entidade será mais difícil e demorado do que seria se sua “direção nacional” decidisse tudo sozinha. No entanto, sua organização será mais consistente se refletir de fato o que pensa o conjunto de seus trabalhadores.

Democracia na direção
Como reflexo dessa nova forma de organização, a direção da Conlutas deve ser constituída nos moldes em que sua atual direção atua. Ou seja, as próprias entidades indicarão seu representante para as reuniões de direção (coordenação). Neste caso não haveria mandato fixo de dirigentes e sim representação dos setores. Caberia a essa coordenação conduzir as discussões e a ação, à luz do programa e da realidade. As reuniões refletirão com clareza as entidades e setores que de fato estão mobilizados.
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