A Conlutas é hoje a maior expressão do atual momento de reorganização do movimento de massas. Nesse momento, assembléias em todo o País estão elegendo delegados que vão se reunir nos dias 5, 6 e 7 de maio, no Conat, para lançar as bases de uma nova entidade nacional de luta. Apresentamos a seguir algumas propostas da Federação Sindical Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais (FSDM-MG) sobre a concepção e programa dessa nova entidade, as quais serão discutidas no Congresso Nacional dos Trabalhadores.

Unir e organizar os sindicatos e movimentos sociais e populares

Organizar a luta dos sindicatos
As entidades sindicais são de extrema importância para a organização e luta dos trabalhadores brasileiros. Mesmo durante a década de 90, com o brutal avanço do neoliberalismo e o aumento da repressão e coerção contra os trabalhadores sindicalizados, os sindicatos estiveram à frente das lutas contra os ataques neoliberais.

Os sindicatos ainda cumprem um papel decisivo na luta de classes. Prova disso é a própria formação da Conlutas, impulsionada por entidades sindicais que romperam com a CUT. Com a falência desta central e sua incorporação ao aparelho do Estado, é necessário avançar na construção de uma nova alternativa de direção que seja um pólo independente de aglutinação e luta para os sindicatos e oposições sindicais.

Organizar também os que estão fora dos sindicatos
No entanto, não podemos nos esquecer dos milhões de trabalhadores desempregados, precarizados ou na informalidade, que representam hoje mais da metade da classe trabalhadora. É necessário organizar esses setores, unificando suas lutas com as lutas dos sindicatos. Para isso, a nova entidade deve também ser um abrigo para as organizações de desempregados e demais movimentos que reúnem os trabalhadores expulsos da formalidade.

Muito mais que uma central sindical
Para lutar contra os ataques que o conjunto da classe trabalhadora enfrenta, não bastam apenas as lutas sindicais. É necessário uní-las às lutas dos inúmeros movimentos e organizações sociais em nosso País que lutam por reforma agrária, moradia, saúde e educação. Portanto, a nova entidade deve se constituir num espaço para abranger também essas lutas e organizações.

Um programa independente e socialista

Temos também que definir qual o programa e as principais bandeiras que a nova entidade deve erguer. Devemos resgatar o programa construído pela esquerda brasileira nos últimos 25 anos e abandonado pelas direções que passaram para o outro lado das trincheiras.

Contra o Imperialismo
É fundamental que a Conlutas impulsione a luta contra a recolonização imperialista no Brasil. Isso hoje significa lutar contra a Alca, o pagamento da dívida pública aos grandes especuladores e contra a militarização crescente em toda a América Latina.

Estatização do Sistema Financeiro
Os lucros exorbitantes obtidos pelos bancos a custo da estagnação da economia no País mostram a serviço de quem está esse governo. É necessário estatizar o sistema financeiro, reorganizar a economia e impor o controle aos bancos para garantir o financiamento de atividades que beneficiem a grande maioria da população, como educação, moradia e transporte.

Em defesa dos direitos dos trabalhadores
A Conlutas deve também levantar as reivindicações há muito abandonadas pela CUT. Por isso os direitos fundamentais devem ser a base do programa da Conlutas. Faz parte dessa luta a defesa dos salários, emprego, da reforma agrária, do setor público e contra as privatizações.

Prisão dos corruptos e corruptores
Num momento em que a CUT luta para defender o governo corrupto de Lula, a Conlutas deve erguer bem alta a reivindicação da prisão dos corruptos e também dos corruptores, com o confisco de seus bens.

Contra toda forma de opressão
Além da exploração, é necessário que a Conlutas desenvolva sistematicamente uma luta contra toda forma de opressão própria do sistema capitalista, como machismo, homofobia e racismo.

Pelo fim da exploração e defesa do socialismo
A Conlutas deve lutar pelo fim de toda exploração e pela construção de uma sociedade socialista governada para e pelos próprios trabalhadores.

Solidariedade internacional
A nova entidade deve defender a solidariedade internacional e a unidade da luta dos povos de todo o mundo contra toda forma de exploração e opressão. A tarefa de libertação da classe trabalhadora não se limita a um país. Pelo contrário, tem âmbito mundial.

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