Golpe do bloco cutista do SEPE impede aprovação da ruptura imediata com a CUTO XI Congresso do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro, realizado entre os dias 9 e 11 de junho, foi marcado pela polêmica sobre a relação deste Sindicato com a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Este Congresso foi um dos maiores e mais representativos da história do nosso Sindicato, contando com cerca de 1.200 delegados inscritos, com 979 delegados retirando crachás nos dias de sua realização. Se levarmos em consideração o critério de eleição dos delegados (1 delegado para cada 10 profissionais presentes em reuniões) podemos afirmar que cerca de 12.000 profissionais de educação participaram deste Congresso.

Nós, profissionais de educação organizados na Alternativa de Classe – OPOSIÇÃO, movimentos que une trabalhadores independentes, militantes do PSTU, do Reage Socialista e do Grupo Marxista de Pedra de Guaratiba, defendemos, junto com outros importantes setores não cutistas do SEPE (maior parte dos militantes do P-SOL, da OMP e independentes), que o SEPE devia romper com a CUT imediatamente, pois consideramos que esta central não passa atualmente de um braço do governo Lula.

O governismo da CUT ficou evidente na Reforma da Previdência em 2003, que significou um duro ataque a nossa categoria e, agora, quando esta central apoia e assina a Reforma Sindical. Da mesma forma, na greve de 77 dias da rede estadual, durante o Governo de Benedita da Silva, a CUT/RJ se negou a apoiar nosso movimento.

Outras duas propostas sobre a relação com a CUT foram apresentadas em nosso Congresso. A primeira oriunda do bloco majoritário da direção desta central e seus aliados, que previa somente a manutenção da filiação. E a segunda, apresentada pela chamada “esquerda da CUT” que apresentava a proposta de plebiscito, desrespeitando a deliberação da Conferência do SEPE de novembro de 2004, que apontava este Congresso como fórum legítimo e representativo para esta definição.

Embora, a proposta da desfiliação imediata tivesse a maioria dos votos entre as três propostas, 278 votos (39% dos Congressistas), uma MANOBRA de encaminhamento uniu o bloco majoritário da CUT e a dita esquerda cutista em uma mesma proposta pela manutenção da filiação. Discutindo o plebiscito não como uma terceira proposta, mas um desdobramento da manutenção da filiação a CUT.

A covardia e a manobra da dita esquerda da CUT (sobretudo das correntes APS e LR-P-SOL) permitiu que a Articulação, principal corrente majoritária da CUT e do PT, conseguisse se sair vitoriosa, mantendo a filiação do maior sindicato do Rio de Janeiro a esta central governista e traidora. Foram os votos da esquerda da CUT que deram a vitória para o bloco majoritário. O que se comprova pelo fato de que quando todos os setores mais críticos a direção da CUT e ao Governo Lula estiveram juntos em uma votação, como na resolução unitária de conjuntura nacional e contra as reformas neoliberais, os governistas foram derrotados com mais de dois terços dos votos dos Congressistas (438 votos contra 224).

Nós, da Alternativa de Classe – OPOSIÇÃO, consideramos uma derrota que o SEPE siga filiado a CUT, uma central que quer ajudar o governo a retirar direitos históricos dos trabalhadores. E o detalhe mais sórdido, o SEPE paga 43 mil Reais mensalmente a CUT, portanto até a realização do plebiscito (que deve acontecer junto com a eleição do SEPE em junho de 2006) já teremos pago mais de 500 mil Reais uma central que trai cotidianamente a nossa causa. Mesmo denunciando o golpe do bloco cutista do SEPE, a maioria dos delegados identificados com a Alternativa de Classe – OPOSIÇÃO votou pelo plebiscito (no desdobramento da primeira votação que manteve o SEPE filiado a CUT), pois entendemos que mesmo com todo o atraso a categoria poderá FINALMENTE decidir. ISTO SE NÃO HOUVER MAIS UM GOLPE DA MAIORIA CUTISTA DA DIREÇÃO DO SEPE!