Trabalhadores rejeitam proposta da patronal e mantêm mobilização

Cléber Rabelo, dirigente licenciado da categoria e candidato a vereador pelo PSTU, e Edmilson Rofrigues, deputado e candidato a prefeito pelo PSOL, estiveram presentes para apoiar as lutas dos trabalhadores.Um sentimento de indignação tomou conta da multidão de mais de mil trabalhadores da construção civil de Belém na segunda assembleia da campanha salarial da categoria, realizada nesta quinta-feira, 9 de agosto. A revolta foi diante da proposta de 5% de reajuste salarial apresentado pela patronal na primeira reunião de negociação com o sindicato. Cansados dos baixíssimos salários pagos pelos empresários, das péssimas condições de trabalho nos canteiros de obras e diante dos altíssimos lucros obtidos pelas empresas no último período, os trabalhadores rejeitaram a proposta da patronal e aprovaram a manutenção da mobilização.

Uma nova rodada de negociação está marcada para o dia 17. O clima entre os trabalhadores na assembleia era: “ou a patronal melhora a proposta ou a categoria decretará greve na próxima assembleia”, agendada para o dia 23. Os operários reivindicam 16% de reajuste salarial, cesta básica, plano de saúde, aumento no valor da PLR, direito a delegado sindical de base, classificação e 10% de vagas para as mulheres nos canteiros de obras.

Apoio às mobilizações
Cléber Rabelo (PSTU), diretor licenciado da categoria e candidato a vereador, esteve na assembleia ao lado de Edmilson Rodrigues (PSOL), deputado estadual e candidato a prefeito de Belém

Edmilson Rodrigues manifestou apoio à luta dos trabalhadores da construção civil e disse que, como deputado, sempre estevem ao lado dos que lutam. Disse que é preciso que os que fazem o mesmo trabalho tenham os mesmos salários, “não podem as operárias ganharem menos que os operários, isso é uma conquista desde o século XXI”. E, complementou, “Além da luta sindical é importante também que haja trabalhadores no parlamento” e terminou dizendo, “vocês entenderam, o recado está dado”.

A presença de Cléber Rabelo na assembleia geral dos operários da Construção Civil não foi nenhuma novidade. Há 14 anos trabalha como servente de ferreiro e, desde 2003, está à frente do sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, dirigindo greves, mobilizações e apoiando as lutas das demais categorias de trabalhadores do Estado. Atualmente, ele está licenciado do cargo para concorrer à legislatura.

Na assembleia, Cléber falou da importância da luta se dar em duas esferas: na luta econômica da categoria e na luta política. Disse que é preciso um projeto para os trabalhadores nas eleições que se avizinham, pois os projetos que se dizem para todos só beneficiam os empresários.

Cléber afirmou que é necessário implementar um projeto de construção de casas populares para quem ganha até 3 salários mínimos. “Nós que construímos os prédios luxuosos para os ricos, temos o direito à moradia, mas não a qualquer moradia. Precisa ser em um bairro asfaltado, com saneamento básico, creches, escolas e postos de saúde”.

Também destacou a importância de reduzir o valor da tarifa de ônibus, garantir o passe livre para estudantes e desempregados e estatizar o transporte público. E denunciou Duciomar, atual prefeito, que no dia de hoje reprimiu violentamente os estudantes que estavam lutando pela redução da tarifa.

Cléber pediu solidariedade aos trabalhadores da GM, que estão ameaçados de demissão, e denunciou o governo Dilma que dá dinheiro para os empresários, enquanto aos trabalhadores é negada a estabilidade no emprego.

Cléber reforçou a importância da força das mulheres operárias e criticou a ausência de creches públicas na cidade, o que obriga muitas mulheres a ficar em casa para cuidar dos filhos, sem tem sequer o direito a trabalhar.

Ao final, Cléber destacou a importância de fortalecer a luta durante a campanha salarial e de não desperdiçar a grande oportunidade que a categoria tem de, pela primeira vez na história, ter um representante da categoria na Câmara.

Fortalecendo o PSTU
Apoiadores da campanha de Cléber Rabelo estiveram presentes na assembléia para prestigiar o evento. Cerca de 270 trabalhadores preencheram o cadastro para apoiar a candidatura e 80 dediciram por se filiar ao PSTU.