Ato em Niterói teve presença de professores e “indignados” com o prefeito Jorge Roberto SilveiraNo Rio de Janeiro, o ato do 17º Grito dos Excluídos, neste dia 7 de Setembro, contou com cerca de 500 participantes, que seguiram pela Avenida Presidente Vargas, no Centro, após a passagem do desfile oficial. Imediatamente após a passagem dos policiais e militares, os manifestantes tomaram a avenida e seguiram em marcha, desde a altura da Rua Uruguaiana até o monumento em memória a Zumbi dos Palmares, próximo ao Sambódromo.

A manifestação trazia muitos cartazes e faixas relacionados ao tema desta edição do Grito dos Excluídos: “Pela Vida grita a TERRA”, em especial contra a usina de Belo Monte, o uso de agrotóxicos e alimentos transgênicos.

A política de criminalização da pobreza e das lutas também foi recorrente nas intervenções dos ativistas, através de muitas críticas ao governo de Sérgio Cabral. O trágico acidente com o bondinho de Santa Teresa motivou muitos protestos.
Manifestantes levaram cartazes com o bondinho e os dizeres “Fora Julio Lopes”, o secretário estadual de Transportes, responsabilizado pelo sucateamento dos bondes.

Em clima de grande unidade, diversas entidades e partidos políticos, como PSOL, PSTU e PCB, estiveram presentes denunciando a política de remoções forçadas e despejos nas comunidades para as obras de preparação da cidade para a Copa e Olimpíadas. O PSTU levou ainda uma grande faixa, com o “Fora Ricardo Teixeira”. Mais de 1.700 casas já foram marcadas na cidades, indicando que serão demolidas pelo governo estadual. Representantes de comunidades ameaçadas e de movimentos por moradia estiveram presentes.

NITERÓI – Do outro lado da Baía de Guanabara, em Niterói, o problema da moradia também foi lembrado. Moradores do Morro do Bumba, que veio abaixo em abril de 2010, até agora não tiveram suas reivindicações atendidas pelo prefeito Jorge Roberto Silveira (PDT), cujo partido foi responsável pela regularização do local, sobre um aterro sanitário, para a moradia.

Os moradores denunciam o descaso e a omissão do prefeito. A manifestação do grito dos Excluídos, que teve início na Av. Amaral Peixoto, encontrou com o protesto “Indignados com Jorge”, e seguiu em passeata até o prédio onde reside o prefeito, na Zona Sul. Depois seguiram até o Museu de Arte Contemporânea (MAC), um dos símbolos da cidade, com uma faixa: “Niterói não tem prefeito”. Cerca de 150 pessoas participaram do protesto.

Além do descaso com os atingidos pelas chuvas, o protesto também criticou a incapacidade de diálogo de Jorge Roberto Silveira com os profissionais de educação da cidade, em greve há mais de 30 dias. Muitos professores participaram do ato, com faixas e cartazes, em “luto” pela educação. Cartazes e discursos também denunciaram projetos como a da Via Orla, obra que que atingiria prédios da Universidade Federal Flumimense (UFF) e motivou estudantes a ocuparem a reitoria, na semana anterior.

(com informações e fotos de Rodrigo Noel e Dirley Santos)