O Seminário “Esquerda pra valer” começou suas atividades, na manhã do dia 6, com uma mesa-redonda, cujo tema era: “Alca e Dívida Externa”. A mesa reuniu o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, o presidente do Sindicato dos Advogados de São Paulo, Ricardo Gebrim; o professor de Economia da Unicamp, Plínio de Arruda Sampaio Jr.; e Valério Arcary, membro da direção nacional do PSTU.

Não era a primeira vez que os participantes dessa mesa se encontravam. Todos eles têm participado das atividades e debates da campanha nacional contra a Alca e mais de uma vez se sentaram lado a lado em sindicatos, escolas e universidades para discutir essa questão.

Foram a recusa em aceitar a Alca e sua oposição à política externa brasileira que levaram o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães a ser exonerado da pre-sidência do Instituto de Pesquisas em Relações Internacionais do Itamaraty em abril de 2001, após quase 40 anos de serviços prestados à diplomacia.

Para o embaixador, a adesão do Brasil à Alca significará “a incorporação gradual e subordinada do Brasil ao território econômico e à esfera de influência política dos Estados Unidos”. O embaixador sustentou que isso resultaria em o Brasil abrir mão de uma política econômica e comercial. Concordando com o argumento, Ricardo Gebrim enfatizou que a Alca promoverá um “neocolonialismo” na América Latina.

Críticas à direção do PT

Não faltaram críticas à direção nacional do Partido dos Trabalhadores, que vêm pressionando a coordenação do Plebiscito contra a Alca a modificar as perguntas da cédula. Temendo a imagem que o Plebiscito pode produzir para os especuladores internacionais, a direção do PT tem se afastado da campanha: “Bush pressiona FHC; FHC pressiona Lula; e Lula pressiona a coordenação da campanha contra a Alca”, denunciou Valério Arcary.

Fazendo eco às críticas, Plínio e Gebrim afirmaram que a campanha contra a Alca e as eleições presidenciais são dois momentos decisivos para a esquerda. É a hora dela dizer para que veio e para onde vai.


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