Zé Maria fala ao congresso, em nome do PSTU
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Entre 5 e 7 de janeiro, foi realizado na cidade de Rimini, o Congresso de fundação de um novo partido italiano, convocado pelo PC-ROL (Projeto Comunista – Refundar a Oposição dos Trabalhadores). Com delegados vindos das várias regiões do país e em um clima de muita emoção e animação, o congresso adotou entre as suas resoluções, duas decisões históricas. Aprovou a fundação de um partido revolucionário que reivindica as tradições do marxismo, do leninismo e do trotskismo, cujo nome passa a ser PdAC (Partido da Alternativa Comunista). E aprovou o pedido de filiação deste partido à LIT-QI, sinalizando claramente que nasce dentro da melhor tradição revolucionária – a do internacionalismo proletário. Estiveram presentes ao Congresso, como convidados, alem de uma representação formal da LIT-QI, representantes dos partidos da nossa corrente na Bélgica, Espanha, Portugal e Brasil. Leia a seguir a entrevista com Zé Maria, presidente do PSTU, que acompanhou o congresso:

Portal do PSTU – Qual a sua impressão sobre o congresso e a sua importância?
Zé Maria –
Foi um congresso histórico e sua importância não se restringe à situação política da Itália. Fundou uma nova organização revolucionária na Itália, já integrada ao projeto de construção de uma internacional. Isto tem em si uma importância grande, pois é um comportamento raro hoje em dia, mesmo em setores que se reivindicam da tradição trotskista. Destaco particularmente a importância que se deu em construir o novo partido nos marcos de uma internacional, fortalecendo a construção de uma internacional revolucionária que resgate as tradições da IV Internacional.

Em segundo lugar era evidente (e contagiante) a animação, a alegria dos quadros e militantes presentes ao Congresso, com a decisão de fundar um partido revolucionário, que vai buscar se construir intervindo diretamente na luta de classes. A experiência de militância da grande maioria destes companheiros, até agora, deu-se no interior de uma organização reformista (o Partido da Refundação Comunista). Tudo isto, na situação política que vive a Itália, com um governo de Frente Popular encabeçado pela DS (antigo Partido Comunista Italiano), indica boas perspectivas para o crescimento desse partido.

Qual a situação atual do partido? Quantos são e onde se concentra sua militância?
Zé Maria –
É um partido que nasce com um contingente bastante importante, em se tratando da natureza de partidos como os nossos na atual situação política. Têm cerca de 200 militantes, com intervenção em vários setores (metalúrgicos, professores, portuários, juventude, aeroviários, etc). Estão também iniciando um trabalho com muito potencial junto aos trabalhadores imigrantes. Sua militância está presente em várias regiões da Itália, não só em Roma.

Qual a importância desses acontecimentos para o PSTU e para a LIT-QI?
Zé Maria –
A LIT-QI está fazendo agora esta discussão, mas minha opinião (e creio que é também a opinião da direção da nossa internacional) é de que a importância do que ocorreu na Itália é imensa para o projeto que estamos construindo. Concretamente, formalizando-se a aceitação da filiação do PdAC à LIT-CI (que deve ocorrer na próxima reunião do Comitê Executivo Intenacional de nossa corrente, em poucos meses) este partido pode passar a ser o maior partido da LIT-QI na Europa.

A filiação à LIT-QI deve repercutir em todo o mundo, em outros agrupamentos, fortalecendo a capacidade de atração, de aglutinação da nossa corrente. A decisão dos revolucionários italianos é históricao para avançarmos na reconstrução da Quarta Internacional dentro da visão que viemos definindo nos últimos anos.

Para o nosso partido, também a importância dos acontecimentos na Itália é muito grande. Em primeiro lugar porque, ao se fortalecer a LIT-QI, fortalecemos também a direção do nosso partido, pois não existimos senão como parte deste projeto internacional. E contribui diretamente ao nosso partido na medida em que podemos nos apropriar da experiência dos companheiros para fortalecer nossa atividade aqui no Brasil, também. Na saudação que fiz ao Congresso, em nome do PSTU, fiz um convite a que os companheiros enviem quadros para permanecer por alguns meses em nosso país, conhecendo o nosso trabalho, e à LIT-QI. Assim poderiam tanto opinar sobre as nossas políticas, partindo da experiência que têm na Itália, como aproveitar para o seu trabalho lá, tudo o que couber da experiência que estamos fazendo aqui. Ajudaria também a construir a convivência em comum no interior da LIT-QI.