Como se não bastasse os ataques permanentes aos trabalhadores, a Volks mostra suas garras novamente. Agora, está suspendendo o representante da comissão de fábrica (CF) das alas 2 e 4, o metalúrgico Neto. O motivo alegado pelo departamento de Recursos Humanos da empresa foi o fato dos trabalhadores terem paralisado a linha por uma hora para protestar contra as terceirizações no setor.

Na mesma semana, foi suspenso Reginaldo, representante da ala 5, sob a alegação de que este realizou uma assembléia com os trabalhadores que teria ultrapassado o tempo permitido. O novo presidente da Volkswagen, Thomas Schmall, está dirigindo a empresa aos moldes de um quartel: se olhar para os lados, o trabalhador é advertido e qualquer coisa é motivo para suspensão dos representantes da CF, seja da oposição, seja da situação. Os trabalhadores não podem aceitar esse regime de ditadura.

O pior nessa situação é que a direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC não teceu nenhum comentário contra as suspensões. Não há uma linha sequer no jornal da CF, nem no jornal do sindicato sobre as suspensões.

Volks suspende, demite… e agora é hora de rever o acordo de 2006
Suspensões e demissões são prova de que a direção do sindicato errou ao aceitar o acordo. A empresa, agora, mantém o acordo de 2006 que demite quando lhe convém, através do PDI (Plano de Demissão Indicada). As demissões, na verdade, não passam de uma chantagem da Volks para fazer mais uma reestruturação.

A indústria automobilística está batendo recorde de venda e de produção. A Volks, no primeiro trimestre, recuperou o primeiro lugar nas vendas para o mercado interno. Segundo a imprensa, a estimativa é de que as vendas cresçam esse ano mais de 6%.

É por tudo isto que a direção do sindicato deve suspender o acordo de 2006 com a empresa. Afinal, não faz sentido manter um acordo que demite trabalhadores se a empresa está precisando de serviço, pois estava pedindo que fosse feito turno extra aos sábados.