Rogerinho em ato em São Bernardo

Empresa desfere mais um duro golpe ao direito de organização dos trabalhadoresUm grave ataque à livre organização dos trabalhadores foi desferido no dia 16 de fevereiro. O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rogério Romancini, o Rogerinho, operário da fábrica da Volkswagen de São Bernardo do Campo (SP), foi sumariamente demitido pela direção da empresa.

A demissão de Rogerinho ocorre num momento em que a multinacional obteve um faturamento líquido de R$ 17,3 bilhões, bateu seu recorde de produção no país, produzindo 676 mil unidades, entre veículos e caminhões, e mesmo assim não se cansa de atacar a livre organização dos trabalhadores.

Todos sabem que o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC é uma das mais importantes organizações dos trabalhadores brasileiros. No final dos anos 1970 e início dos 80, lutou contra a ditadura e pelo direito da livre organização dos trabalhadores e teve, na época, como principal liderança o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Agora, a Volks retoma os métodos da ditadura e vem desferindo ataques aos dirigentes sindicais desde a greve dos 27 dias – realizada no final de 2005 – quando a empresa indiciou diretores do sindicato e membros da Comissão de Fábrica por meio do famigerado Interdito Proibitório, medida que impõe sérias restrições ao direito constitucional de greve.

“A minha demissão ocorre após a demissão de um outro companheiro, o Biro-Biro, que também é diretor do sindicato. A direção da fábrica quer silenciar todos aqueles que se opõem às demissões e às retiradas de direitos dos metalúrgicos na Volks”, disse Rogerinho ao Portal do PSTU.

A demissão de Rogerinho, além de ser um grave ataque, abre um perigoso precedente. A demissão de um dirigente de um dos mais importantes sindicatos do país vai servir, certamente, de exemplo para que outros patrões demitam sindicalistas país afora.

“A direção do sindicato não pode se calar e aceitar esse ataque a um de seus membros. Ontem foi o Biro-Biro, hoje sou eu e amanhã poderá ser toda a representação dos trabalhadores da Volks”. É importante que o presidente Lula e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (funcionário da Volkswagen), se pronunciem diante dessa agressão.

Por essa razão, é fundamental que o sindicato denuncie este ataque e exija a imediata reintegração dos diretores demitidos. Todas as entidades que defendem o direito à livre organização dos trabalhadores podem enviar mensagens exigindo a reintegração dos companheiros para os seguintes endereços eletrônicos:

[email protected] (Diretor de relações trabalhistas da VW)

Com cópia para: [email protected] e [email protected]