Ato em frente à Alesp
Lucas Lacaz / Cromafoto

No dia 5 de outubro, cerca de 30 mil professores da rede estadual de São Paulo fizeram uma assembléia seguida de passeata contra o Projeto de Lei 26, que demitiria 120 mil professores. Com o protesto e a ameaça de uma greve da categoria por tempo indeterminado, o governador anunciou a retirada do PL 26.

O projeto enviado por Geraldo Alckmin nos últimos dias de setembro tramitava na Assembléia Legislativa em caráter de urgência, alterava o regime para contratação temporária, prevendo que ela seria permitida apenas por um prazo de seis meses, prorrogáveis por mais seis. Depois disso, o servidor teria que ficar afastado por pelo menos dois anos até poder ser recontratado. Na prática, além das 120 mil demissões, os temporários perderiam também direitos como férias e 13º salário.

Luta pressiona governador
O que seria uma Reunião de Representantes aberta chamada pela Apeoesp, acabou se transformando em uma grande assembléia, com a presença de 30 mil professores da capital, da Grande São Paulo e de algumas cidades do interior. Em frente à Assembléia Legislativa (Alesp) os professores votaram que, se o governo não retirasse o projeto até o dia 11 de outubro, a categoria entraria em greve por tempo indeterminado. Nem precisou esperar tanto. Com a pressão do movimento, o recuo do governo veio no mesmo dia.

Ainda assim, a assembléia marcada para o dia 11 no vão do Masp está mantida, mesmo após o anúncio do governador, para que sejam discutidas outras reivindicações da categoria. Depois, haverá um novo ato.

Depois da assembléia, os professores seguiram em passeata até a Avenida Paulista, parando o trânsito da avenida nos dois sentidos. O anúncio do recuo de Alckmin veio logo após o ato, na noite do mesmo 5 de outubro, provocando grande comemoração.

Apesar de a assembléia e o ato terem sido chamados pela direção da Apeoesp, a Articulação, corrente que dirige majoritariamente a entidade, não jogou peso na atividade e em alguns lugares chegou a boicotar a ida. Quem esteve à frente da mobilização dos professores para esse importante ato foi a Oposição Alternativa e os militantes da Conlutas que organizaram mais de 200 ônibus. A categoria teve que passar por cima da direção para se mobilizar e obter essa importante vitória.

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