Em Aracaju (SE), a candidata a prefeita pela Frente de Esquerda, Vera Lucia (PSTU), conseguiu 3,35% dos votos. O resultado é uma vitória. Desde o início, Vera esteve bem nas pesquisas, já que, como em todo o partido, foi uma campanha de poucos recursos, mas que manteve sua independência.

O Portal conversou com Vera. Ela conta que as pessoas a abordavam e diziam que ela tinha razão, que dizia a verdade, que não tinha se vendido. Para o PSTU, é motivo de orgulho a candidatura de uma mulher trabalhadora e lutadora como Vera. Abaixo, publicamos a íntegra da entrevista.

Portal do PSTU – Como foi a campanha, como você enxergou a evolução dela?
Vera Lúcia – A campanha foi muito boa e empolgante. Achamos que nosso dever de apresentar um programa alternativo frente à falsa polarização entre o candidato do governo e a oposição de direita foi cumprido. Notou-se que existe um espaço à esquerda da Frente Popular que, hoje, governa a cidade. Desde o inicio da campanha aparecemos com pontuações nas pesquisas, 4%, 4,5% e 6%.

O que mais você sentiu de retorno das pessoas?
Vera Lúcia
– As pessoas chegavam até nós e diziam que tínhamos razão, que somente nós falávamos a verdade, que nós não tínhamos nos vendido, que não tínhamos rabo preso com ninguém. Logo após os debates que participamos, em três canais de TV, recebemos muitos elogios. Recebíamos muitas declarações de votos das categorias que travaram lutas como os trabalhadores dos correios. Muitos programas foram dedicados a lutas e greves de várias categorias como os trabalhadores da saúde, bancários e petroleiros.

Qual o principal saldo desta eleição para você e para o partido na cidade?
Vera Lúcia
– O principal saldo para mim e para nosso partido foi ter enfrentado todo o poder econômico e político da Frente Popular e da velha oligarquia de Aracaju para apresentar aos trabalhadores de nossa cidade um programa alternativo e ter recebido o apoio de quase 10 mil trabalhadores que não se deixaram enganar pela Frente Popular e pela velha direita e votaram na Frente de Esquerda. Tivemos o saldo de carregar em nossas mãos as bandeiras históricas de nossa classe abandonadas pelo PT e pelo PCdoB. E, nesse processo, nosso partido cresceu em categorias importantes como petroleiros e na juventude universitária. Esse foi nosso saldo.

O que fazer agora que acabou a eleição?
Vera Lúcia
– Preparar as lutas, pois a crise econômica que começou nos Estados Unidos e agora ganhou dimensões mundiais vai recair sobre os ombros dos trabalhadores. Os capitalistas em busca de manter seus lucros vão atacar nossos direitos, nossos salários e nossos empregos. Como dizíamos na campanha eleitoral, depois do dia 5 de outubro, a vida continua e com ela, as lutas e nessas lutas com certeza nos encontraremos, o PSTU, suas bandeiras vermelhas e os trabalhadores.