Redação

Nessas eleições, os trabalhadores, o povo pobre, a juventude e os setores oprimidos, os negros, as mulheres, indígenas e LGBTs terão uma alternativa revolucionária e socialista. Vera, mulher negra, operária e socialista, é pré-candidata à presidência pelo PSTU. No próximo dia 19, seu nome será proposto ao Polo Socialista Revolucionário, um conjunto de correntes políticas que se reuniram a fim de discutir e fortalecer um projeto socialista para o país, o qual já se definiu em defesa de uma candidatura.

O PSTU, que impulsiona e atua no Polo, considera que uma das principais tarefas colocadas pelos revolucionários neste momento é justamente avançar num projeto socialista e disputá-lo entre a classe trabalhadora, e assim ganhar o máximo possível de trabalhadores para um programa que tenha como horizonte e estratégia a derrubada do capitalismo e a construção de uma sociedade socialista. Essa disputa se dá no dia a dia, nas lutas e também nas eleições, um terreno próprio da burguesia e comandado pelo poder econômico, mas é quando aparecem de forma mais nítida os projetos de cada setor à sociedade.

Projetos estes que, para as amplas massas, se reduzem à continuação do governo genocida de Bolsonaro, ou sua versão mais light e desarmada, com Sérgio Moro, e por outro lado unidade nacional com burguesia, como expresso por Lula e Alckmin, ao que tudo indica com apoio do PSOL. Ou seja, são alternativas que, em que pesem suas diferenças, se propõem a continuar governando o capitalismo, e isso significa, nesse grau de crise em que estamos, a perpetuação dos ataques, da fome e do desemprego, além da continuidade da entrega do país.

Não vamos derrotar Bolsonaro de mãos dadas com a burguesia

Hoje, a maioria dos trabalhadores e da juventude acha que deve votar em Lula para tirar Bolsonaro e derrotar a ultradireita. Ou seja, a enorme rejeição a Bolsonaro é a alavanca da candidatura Lula. No entanto, uma eventual vitória de Lula, com Alckmin e partidos do centrão, apoiado por banqueiros, latifundiários e grandes empresários, com um programa de continuar governando o capitalismo, não vai resolver a crise para o lado dos trabalhadores, nem ao menos reverter o retrocesso que sofremos nos últimos anos.

Isso se dá porque, pelo grau de crise e decadência do país, determinada pelo imperialismo, um governo que não rompa com os super-ricos, pelo contrário que governe com eles, vai inevitavelmente manter os planos neoliberais, ou seja, os ataques aos direitos, aos serviços públicos e a entrega do país. E é isso o que aparece como horizonte de um futuro governo Lula em unidade com a burguesia. Não só não vai resolver a crise como vai gerar ainda mais frustração, abrindo espaço para Bolsonaro e a ultradireita mais à frente, como ocorreu em 2018. Então, não basta derrotar eleitoralmente Bolsonaro, é preciso enterrar de vez a ultradireita, e isso se dá com luta e avançando na organização e num projeto nosso.

Daí a importância de, nesse terreno, ainda que árido, apresentar e disputar a consciência da classe para um projeto nosso, de classe, revolucionário e socialista. Sabemos que as mudanças que queremos não virão das eleições, mas é uma obrigação dos revolucionários não deixar a classe refém das alternativas da burguesia.

É por esse motivo que apresentamos a pré-candidatura de Vera. A única forma de derrotarmos realmente Bolsonaro e a ultradireita é disputando a consciência da classe rumo a um projeto socialista.

Saiba mais

Quem é Vera

Nascida na cidade de Inajá, no Sertão de Pernambuco, Vera, como tantos outros, se viu obrigada a migrar, ainda criança, para Sergipe. Vivendo na periferia da capital, começou a trabalhar aos 14 anos e, aos 19, quando se tornou operária da indústria calçadista, começou a atuar no movimento sindical. Formou-se em sociologia na Universidade Federal de Sergipe e compôs a primeira chapa à Presidência totalmente negra na história do país, ao lado de Hertz Dias, em 2018. Em 2020, foi a primeira candidata negra à Prefeitura de São Paulo.

Debates

Polo Socialista Revolucionário debateu programa socialista para o Brasil

Enquanto o PSOL “exige” do PT algumas medidas que não tocam nas fortunas dos bilionários, muito menos na estrutura do capitalismo, e sabe que nem isso o PT vai aceitar, e mesmo assim encaminha o apoio a Lula no primeiro turno, o Polo Socialista Revolucionário promoveu um debate que discutiu a fundo um programa socialista para o país.

Realizado no último dia 22 e retransmitido pelos canais do PSTU, Esquerda Diário (MRT), Contrapoder, Socialismo ou Barbárie, CST-PSOL, entre outros, o debate contou com alguns milhares de espectadores. O evento foi capitaneado por Mariúcha Fontana, da Direção Nacional do PSTU, e o economista Plinio de Arruda Sampaio Jr.

Localizando a profunda crise capitalista e o brutal retrocesso vivido nos últimos anos, que coloca de forma cada vez mais premente a disjuntiva “socialismo ou barbárie”, Mariúcha pontuou que “apresentar uma alternativa socialista é a única forma de enfrentar efetivamente Bolsonaro, de uma maneira que nos permita, no limite de nossas forças, fazer a classe trabalhadora avançar em sua consciência e organização“.

Um programa, segundo Fontana, não pode ser apenas um conjunto de propostas, mas precisa partir das necessidades mais profundas da classe, avançando na consciência e conectada a mudanças estruturais. Exigiria, por exemplo, revogar as reformas trabalhista e da Previdência, mas ir além, parar de pagar a dívida, atacar as fortunas e propriedades e várias medidas que a burguesia não vai querer, nem as instituições que estão aí. “Exigiria força social, uma revolução socialista“, afirmou.

Já Plínio de Sampaio Jr. explicou que “um programa é um antídoto contra o oportunismo e o sectarismo”. Para ele, se os trabalhadores não tiverem um programa seu, estarão com o da burguesia. “E a burguesia tem um programa: garantir a continuidade do processo violentíssimo de ataques aos serviços públicos e ao meio ambiente, e por outro lado, garantir a lei e a ordem“, afirmou, ressaltando a intenção de se destruírem por completo as poucas conquistas da Constituição de 1988.

Na sua ótica, “a política da burguesia é administrar a barbárie, com mais neoliberalismo e mão dura; e como resistimos e superamos a barbárie? Com rebelião popular e organização de uma transformação socialista“. A luta de classes estaria polarizada entre revolução e contrarrevolução, sendo que “a contrarrevolução pode ter a cara feia do Bolsonaro ou a cara mais cordial do Lula, mas a tarefa histórica é a mesma, manter tudo como está“. E para mudar isso é preciso abrir um horizonte histórico, o socialismo, “colocar o socialismo na ordem do dia”.

 Assista o debate na íntegra

Proposta do PSTU para debate de programa do Polo

Acabou de ser lançada a contribuição do PSTU ao debate programático no Polo Socialista Revolucionário. Você pode adquirir com qualquer militante do PSTU ou acessar a versão em PDF aqui