A unificação do movimento entre a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Frente Nacional dos Petroleiros (FNP) demonstrou que, diante de grandes ataques aos trabalhadores e em meio a uma crise econômica, a unidade de ação é fundamental para arrancar vitórias.

Ela foi conseguida graças à intervenção dos militantes do Base-Conlutas, que propuseram a unidade na ação na assembleia da Replan em Campinas (SP), durante a greve passada, e depois realizaram uma grande agitação na base sobre a proposta.

Eduardo Henrique, do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro, explica que “sem esta unidade não haveria uma greve nacional, e isso foi conseguido contra a posição da direção da FUP, que somente aceitou nas vésperas da greve e depois de muita pressão da base”. Mesmo com esta unidade, porém, existiram problemas.

Direção da FUP protege direção da Petrobras e governo
Mesmo com a FUP aceitando a exigência da base e construindo uma greve unificada com a FNP, não faltaram métodos burocráticos e posturas antidemocráticas.

A primeira delas foi não politizar a greve e colocar entre suas bandeiras a exigência a Lula da estatização total da Petrobras e de que o todo o petróleo tem que ser nosso.
Além disso, nos momentos finais, quando a greve estava forte e poderíamos derrotar categoricamente a direção da Petrobras, a direção da FUP vacilou e decidiu recuar.

Houve também desrespeitos à democracia operária, como o anúncio de João Antônio de Moraes, coordenador da FUP, aos meios de comunicação de que já havia acordo com a Petrobras e a greve tinha acabado. O comunicado foi às 16h30, antes das assembleias de base, que começariam a partir das 17h. Mais uma vez se demonstrou que para a FUP as assembleias não servem para nada.

O festival de burocratismo ocorreu também na refinaria de Caxias (RJ), onde Simão Zanardi Filho, dirigente da FUP, centralizou de maneira absurda as assembleias, atacando o PSTU com a calúnia de que o partido estava “exigindo na mesa de negociação que os 4.270 demitidos da Embraer fossem contratados pela Petrobras”. Além disso, o dirigente acabou com a greve às 7h da manhã da sexta, quando colocou 120 operários para trabalhar, mentindo que estava sendo obrigado por ordem judicial.

Atualizada em 21/5/2009, às 13h53
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