Os EUA registram hoje uma recuperação cíclica de sua economia, puxada pelos gastos de guerra, acompanhada, em menor medida, pelos países europeus. Este crescimento da economia imperialista é quem determina a situação atual brasileira. O capitalismo tem suas fases de crescimento e crise, e a situação atual não é produto das virtudes de Palocci ou de Lula, existindo em praticamente todo o mundo. A inversão imperialista nos países asiáticos, com a China em primeiro plano, é também parte deste ciclo.

Esse cenário favorece conjunturalmente países como o Brasil, pois houve um crescimento do comércio internacional, valorizando os preços dos produtos primários (agronegócio, soja, minério de ferro etc.) que permitiu um enorme aumento dos lucros dos empresários ligados às exportações. As baixas taxas de juros nos EUA também estimularam a entrada de dólares no Brasil, alimentando o mercado especulativo.

Esta conjuntura internacional pode, e vai mudar. A submissão completa da economia brasileira ao mercado mundial, se agora leva ao crescimento, amanhã deve trazer uma grande crise, com qualquer mudança no cenário. Uma nova crise na economia mundial, que é inevitável, vai arrastar ao fundo do poço em especial as economias ultradependentes latino-americanas. Mesmo uma crise no fluxo de capitais externos pode levar a uma crise brasileira de grandes proporções. Nada parecido aos delírios de grandeza de Lula-Palocci, que apregoam o crescimento sustentado “por dez ou vinte anos”.
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