Mutirão acontece todas as tardes para fechar o buraco aberto pelo Exército para início das obras; acampados necessitam de apoio político e financeiroNesta segunda-feira, 2, um helicóptero sobrevoou a fazenda Mãe Rosa, ocupada há uma semana por manifestantes contrários ao projeto de transposição do rio São Francisco, em Cabrobó (PE). A eminência da ação de despejo não tem assustado as organizações sociais, movimentos populares, povos e comunidades tradicionais que organizam caravanas para reforçar a resistência no local.

Pela manhã, os trabalhos aconteceram com atividades de formação, como o estudo sobre a história dos índios naquela região. Para a tarde está prevista a continuidade do mutirão de tapagem do buraco aberto pelo Exército durante a visita do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, à tomada de água do eixo-norte. A atividade acontece desde o primeiro dia da ocupação. A área será utilizada para o plantio de arroz, pelos índios Truká.

No final do dia 1º de julho, domingo, foi erguida uma praça no centro do acampamento. O local serve como ponto de encontro e de reuniões. No sábado, caravanas que participaram da ocupação retornaram para suas regiões e, aos poucos, são substituídas por outros grupos. Os indígenas, agora, são maioria no local.

As atividades continuam avançando para a preparação e instalação de moradias e para o plantio. A movimentação provocada pelo helicóptero, que realizou diversos sobrevôos no acampamento, não deve atrapalhar a programação do dia.

Apoio urgente
É urgente o apoio político e econômico aos acampados em Cabrobó. Faltam recursos, sobretudo para que novas caravanas possam chegar até a região. Há vários grupos de trabalhadores do Ceará e da Paraíba que estão tentando ir até Cabrobó, mas não têm condições materiais.

O acampamento está montado no km 29 da BR 428, entre os municípios de Cabrobó e Orocó, ambos em Pernambuco. Teve início na madrugada entre os dias 25 e 26 e junho e não tem previsão de término. O juiz da 20ª Vara Federal concedeu liminar de reintegração de posse da área, mas a intenção dos acampados é de se manterem na área, onde também acontece a retomada das terras pelo povo Truká.

Abaixo, publicamos a convocatória e uma conta-corrente para ajudas rápidas e espontâneas. O principal problema enfrentado hoje é a falta de transporte.

CONVOCATÓRIA:
O mutirão pela vida do povo e do rio São Francisco, contra o projeto de transposição do governo federal, ganha cada vez mais força e adesões. Dentro do clima de resistência, as organizações sociais, movimentos populares, povos e comunidades tradicionais iniciam uma campanha para arrecadação de doações para manutenção do acampamento de Cabrobó (PE) e reforço à retomada das terras pelos índios Truká.

É grande e forte a quantidade de pessoas e organizações que querem se envolver em mais essa luta pela vida, mesmo que não seja presencialmente, e todas as contribuições são importantes nesse momento. É preciso garantir as condições de manutenção e infra-estrutura.

Em caso de doações em dinheiro, os depósitos devem ser feitos em nome do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Orocó (PE), no Banco do Brasil, agência nº 2067-2, conta-corrente nº 4105-X. As cópias dos depósitos realizados devem ser enviadas por fax para (87) 3887 1050.

Participam do acampamento: MST – MPA – MMC – MAB – APOINME – MONAPE – CETA – SINDAE – CÁRITAS – CIMI – CPP – CPT – ASA – AATR – PJMP – CREA/BA – SINDIPETRO AL/SE – CONLUTAS – Federação Sindical e Democrática de Metalúrgicos do Estado de MG – Terra de Direitos – Fórum Nacional da Reforma Agrária – Rede Brasileira de Justiça Ambiental – Fórum Permanente em Defesa do Rio São Francisco / BA – Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Norte de MG – Fóruns de Organizações Populares do Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco – Frente Cearense Por uma Nova Cultura da Água Contra a Transposição – Projeto Manuelzão/MG – STRs, Colônias de Pescadores, Comunidades Ribeirinhas, Indígenas, Quilombolas, Vazanteiras, Brejeiras, Catingueiras e Geraiseiras da Bacia do Rio São Francisco

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