Em Brasília, ativista com adesivo da Conlutas divulga a paralisação
Lindomar Cruz / Ag. Brasil

Os servidores do Instituto Nacional do Seguridade Social (INSS) realizaram uma paralisação de 40 horas, nos dias 13 e 14 de abril, contra a rídicula proposta do governo Lula, de reajuste de 0,1%. O movimento foi vitorioso, com um alto índice de paralisação.

Além de protestarem contra a ‘esmola’ oferecida pelo governo, os servidores reivindicam melhores condições de trabalho e contratação de mais 18 mil funcionários. Eles também criticaram os cortes de gastos, que provocaram redução nos valores e limitação no auxílio-doença e auxílio-maternidade.

Isso tem sido aprofundado pelo novo ministro, Romero Jucá, que é devedor do INSS. Desmentindo o discurso feito pelo governo, estudo da Anfip (Associação Nacional do Auditores Fiscais da Previdência Social) revelou que não existe déficit da Previdência e que boa parte dos recursos é desviado pelo governo para manter o superávit primário. Em 2004, cerca de R$ 17,6 bilhões foram desviados.

MOBILIZAÇÃO – De acordo com informações da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), a paralisação atingiu a maioria dos postos do INSS nos estados. Em vários locais, o índice de adesão chegou a 90%, como em São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Pernambuco e Paraíba. Em alguns estados, os trabalhadores da Saúde também aderiram ao movimento. No Rio de Janeiro, a paralisação se estendeu aos hospitais estaduais, como o PAN de Campo Grande e o Rocha Faria, com a reivindicação da unificação do PCCS (Plano de Cargos, Carreira e Salários).

Em todo o país, os manifestantes protestaram com atos de rua. Em Porto Alegre (RS), um grupo de servidores distribuiu balas no Mercado Público, representando o valor de 0,1% (cerca de R$ 0,80) do reajuste proposto pelo governo. Em São Paulo, na quinta dia 14, os servidores realizaram um protesto na porta da Superintendência do SUS, no Viaduto Santa Ifigênia.

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