PSTU-ABC
Emanuel Oliveira da Silva, de São Bernardo do Campo (SP)
Os mais de 5.000 trabalhadores da General Motors da cidade de São Caetano do Sul, situada na região do grande ABC Paulista, votaram nos dois turnos, por unanimidade, paralisar a produção de veículos nesta sexta-feira, dia 1º de outubro, e se mantém em greve por tempo indeterminado.
Os trabalhadores estão em campanha salarial e exigem reposição salarial de 10,42%, aumento real de 5%, renovação das cláusulas sociais, aumento do Vale Alimentação e a não a redução de direitos.
A empresa, segundo o presidente do sindicato, ligado à Força Sindical, Cidão, disse que tinha uma proposta, “mas que esta estava condicionada ao fim da cláusula 42, que trata da estabilidade no emprego para os trabalhadores lesionados. O que nós podemos fazer é dar uma estabilidade de 24 meses, depois é o fim”.
Ao sindicato e a comissão dizerem não a esta proposta, a resposta da direção GM foi que não apresentaria mais nenhuma outra proposta. Diante dessa arrogância por parte da empresa, os trabalhadores votaram pela greve por tempo indeterminado.
A GM, em uma postura intransigente, ajuizou uma ação de dissídio coletivo contra a greve e, quando estávamos fechando essa matéria, a direção do sindicato estava no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em uma audiência de conciliação.
A GM vem retirando direitos nos últimos anos
Nesses últimos anos, a empresa vem atacando os trabalhadores com retirada de direitos, aumento do convênio médico, redução do valor da PLR, fez várias reestruturações, etc. Tudo isso para reduzir custo e aumentar os lucros dos acionistas.
No ano de 2019, a empresa ameaçou sair do país se os trabalhadores das diversas plantas no Brasil não aceitassem redução de direitos, a chantagem é permanente. Os trabalhadores em São Caetano vêm fazendo acordos que faz concessões à empresa há muito tempo, e as condições de trabalho são cada vez mais precárias. Um trabalhador de “grade nova” ganha menos que a metade do salário dos mais antigos, isso em uma grande empresa multinacional que lucra muito e envia milhões de dólares para a matriz nos EUA.
Agora. a reação está começando e é preciso manter a união de todos os trabalhadores nesta greve.
GM é desumana
A GM, de uma forma desumana, quer jogar na rua os pais e mães de família que ficaram doentes ao longos dos anos por fazerem movimentos repetitivos que gera lesões de todos os tipo como: bursite, hérnia de disco, problemas na coluna, etc. Segundo um trabalhador que não quis se identificar “tem dias que não consigo nem pentear o cabelo”. Com um olhar triste disse: “não posso pegar meu filho no colo”.
No sistema capitalista. esses trabalhadores já deram o que tinham que dar. Para as empresas, esses trabalhadores são como laranja: tira o suco e joga fora o bagaço.
“Nós do PSTU não mediremos esforços para que os trabalhadores da GM de São Caetano sejam vitoriosos,” disse Luiz Carlos Prates, o Mancha, trabalhador da GM de São José dos Campos e também da executiva da CSP-Conlutas.
Na segunda-feira, 4 de outubro, haverá nova assembleia no 1º turno com todos os trabalhadores, onde serão apresentadas as propostas que foram negociados na reunião de conciliação.
Diante da situação em que vive o nosso país, com um governo genocida do Bolsonaro, os trabalhadores da GM estão dando um exemplo de que não vão ficar calados diante da retirada de direito que, tanto a GM quanto o presidente, estão fazendo. Com a carteira verde-e-amarela, a empresa voltou a produzir com toda força e os trabalhadores estão exigindo os seus direitos.
Caso a GM se mantenha intransigente, os trabalhadores têm todo o direito de usarem todas as suas armas para conquistar suas reivindicações.