Cerca de 4 mil trabalhadores da GM de São José dos Campos fizeram uma paralisação de duas horas, na manhã desta segunda-feira, 23, contra a ameaça de derrubada do veto à Emenda 3 e contra as reformas sindical, trabalhista e previdenciária.

O protesto aconteceu na entrada do primeiro turno, nos dois acessos à fábrica: pátio do MVA e bolsão da S-10. A paralisação ocorreu das 5h50 às 7h50.

A Emenda 3 foi incluída na Lei da Super-Receita, aprovada pelo governo no início deste ano. Ela impede os fiscais do Ministério do Trabalho de autuarem empresas que fraudam os direitos dos trabalhadores.

Muitas empresas não estão contratando mais com carteira assinada. Elas obrigam o trabalhador a criar uma firma individual (pessoa jurídica, PJ) e fazem um contrato com essa “PJ”, deixando de pagar 13º salário, férias, licença-maternidade e horas-extras, dentre outros direitos. Se o trabalhador sofre acidente, não tem direito ao seguro do INSS.

A Emenda 3, que foi aprovada no Congresso, sofreu veto do presidente Lula, mas agora volta à apreciação dos parlamentares, que podem derrubar o veto.

Dia de protesto
Vários protestos estão sendo realizados no país, nesta segunda, contra as propostas que atacam direitos dos trabalhadores, como a paralisação nos metroviários e motoristas de ônibus em São Paulo.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Adilson dos Santos, o Índio, hoje é um dia também para dizer não às reformas do governo Lula.

“Além de sermos contrários à Emenda 3, nos opomos radicalmente às reformas sindical, trabalhista e da Previdência, que, cada qual com seu objetivo específico, vão representar corte de direitos dos trabalhadores, como fim do 13º salário, multa dos 40% do FGTS, imposição de uma idade mínima para se aposentar”, disse Adilson.

No período da tarde, às 14h20, haverá nova paralisação na entrada do segundo turno da GM.