Às vésperas do referendo revogatório, o governo do presidente Evo Morales protagonizou uma lamentável agressão contra os trabalhadores. No dia 5 de agosto, o governo desencadeou uma brutal repressão contra os mineiros de Huanuni que participavam de um bloqueio de estrada perto da cidade de Oruro, a 220 quilômetros da capital La Paz. Os mineiros exigiam uma nova lei de pensões (aposentadoria), no lugar da atual. Com a repressão, dois trabalhadores morreram e pelo menos 32 ficaram feridos.

Os policiais chegaram pela manhã e tentaram obrigar os manifestantes a levantar o bloqueio. Contudo, os mineiros resistiram em enfrentaram a repressão.

As mobilizações foi uma resposta dos trabalhadores bolivianos, convocados pela COB (Central Operaria Boliviana), diante da intransigência do governo Morales, que rompeu com quase um ano e meio de negociações sobre as leis de pensões e apresentou uma outra proposta de lei.

O projeto oficial mantém o sistema de capitalizacão individual que está a cargo das administradoras privadas de fundos de pensão. Os trabalhadores exigem eliminar esse sistema para retornar ao sistema antigo de repartição solidária de Previdência, diminuir a idade de aposentadoria em dez anos, fixando para 55 para homens e 50 anos para mulheres.

Professores do ensino público e rural, trabalhadores da saúde e estão em greve junto aos mineiros a duas semanas. Evo pede para que os trabalhadores terminem sua luta e diz que ela só “ajuda a direita”.

Durante a noite houve uma manifestação em La Paz convocada pela COB contra a repressão No dia 6, ocorrerá um ampliado da COB para discutir qual resposta dará o movimento contra a repressão assassina ordenada por Evo.

Aqui no Brasil a Conlutas vai lançar uma nota de apoio à luta da COB e dos trabalhadores bolivianos e contra a repressão criminosa.