`ManifestantesDe cima do carro de som, o companheiro Júnior, diretor da UNE pela oposição e militante do PSTU denunciou todos os aspectos da reforma Universitária através da qual o governo Lula quer privatizar o ensino público e beneficiar os tubarões de ensino.

Além disso, Júnior enfatizou a necessidade de se construir uma nova direção para o movimento estudantil para poder encaminhar esta luta: “Estamos chamando todos a construir conosco a Coordenação Nacional de Lutas dos Estudantes, a Conlute, para superar a direção da UNE. Hoje, para enfrentar o governo além de realizar atos como estes, temos que enfrentar a traição de entidades como a UNE e a CUT, que fizeram uma clara opção de estar ao lado do governo e da patronal”.

Respondendo ao chamado de Júnior, milhares de estudantes entoaram seguidas palavras-de-ordem como “Reforma vem, a UNE some e já não fala em nosso nome!” e “Romper com a UNE! É pra ação! Está surgindo uma nova direção!”.

Plebiscito coletou mais de 50 mil assinaturas

Os manifestantes estão tentando fazer com que o MEC receba o resultado de um plebiscito, realizado nas últimas duas semanas em 17 estados do país. Perguntados sobre diferentes aspectos da reforma Universitária, em média 94% dos que votaram deram um vigoroso “não“ para a proposta de Lula e a postura da UNE.

Apesar de não contar com o apoio de outros setores também presentes na Marcha, como o P-Sol e a esquerda do PT, o Plebiscito da Reforma Universitária coletou mais de 50 mil votos em escolas e universidades e serviu para ampliar o debate sobre a reforma, esclarecer seus propósitos e, fundamentalmente, organizar os estudantes para resistir ao projeto.

Recebendo ou não o plebiscito, o governo pode estar certo de uma coisa: esta luta está longe de ser vencida pelos inimigos do ensino público.