Agência Brasil
Redação

Novos vídeos estão sendo apresentados no rádio, TV e em locais públicos

O governo Bolsonaro deu início nesta segunda-feira, 20, à nova fase de sua campanha em defesa da reforma da Previdência. A série de vídeos está sendo veiculada em rede nacional de rádio e TV, além das redes sociais e locais públicos como rodoviárias, aeroportos e metrôs. Num momento em que o governo afirma estar passando por uma série crise fiscal e anuncia cortes bilionários em setores como a Educação, a campanha de mídia custou aos cofres públicos R$ 37 milhões.

Nesta segunda fase de campanha o governo mudou o estilo dos vídeos. Através de um selo escrito “Essa é a verdade”, e um novo slogan “Nova Previdência, pode perguntar”, a campanha tenta passar a ideia de que é apenas informativa. Atores encenando trabalhadores e pessoas pobres fazem perguntas, e uma apresentadora no estúdio responde. O conteúdo, porém, é tão falso quanto as encenações. Ao contrário de informar, os vídeos continuam espalhando “fake news”, tentando passar a falsa imagem de que a reforma da Previdência combate privilégios e que não vai afetar os mais pobres.

Não dizem que os banqueiros é que serão os verdadeiros beneficiários dessa reforma, enquanto o conjunto dos trabalhadores e da população pobre simplesmente não vai conseguir se aposentar, ou se conseguir terá uma forte redução nos benefícios.

Veja abaixo as mentiras espalhadas pelo governo Bolsonaro:

Aposentadoria Rural
“E quem recebe aposentadoria rural nunca trabalhou no campo?”

A verdade:
O governo não vai “combater fraudes”. A proposta de reforma aumenta a idade mínima para a aposentadoria das mulheres trabalhadoras do campo, dos atuais 55 anos para 60, igualando a dos homens. Pior, substitui o tempo de trabalho no campo (que hoje só precisa ser comprovado) por tempo de contribuição, e aumenta esse tempo de 15 para 20 anos. É um duro golpe ao trabalhador rural, principalmente às trabalhadoras.

Salário Mínimo
“E como fica para quem ganha um salário mínimo”?

A verdade:
A reforma da Previdência atinge mais fortemente justamente quem recebe menos. Isso porque se é verdade que quem ganha o mínimo vai “contribuir menos” (menos de R$ 5), a idade mínima passa a ser obrigatória (65 anos para homens e 62 para mulheres), e o tempo de contribuição mínimo ao INSS sobe dos atuais 15 para 20 anos. Quem recebe um pouco a mais que o mínimo ainda vai sofrer com o rebaixamento do cálculo do benefício (e o fim do abono-PIS).

Privilégios
“Mas a gente sabe que a corda sempre arrebenta pro mais lado mais fraco. Quero saber se todo mundo vai participar mesmo”

A verdade:
A reforma da Previdência acaba com a aposentadoria por tempo de contribuição que existe hoje e impõe a idade mínima, aumentando ainda o tempo mínimo de contribuição. Além disso, joga o cálculo da aposentadoria para baixo. Hoje, ao se aposentar por idade com o tempo mínimo de 15 anos, você começa recebendo 85% do salário benefício. Com a reforma, você precisa trabalhar até os 65 anos (62 no caso das mulheres), completar 20 anos de contribuição, e começa recebendo só 60% do salário benefício. Só recebe 100% se contribuir por 40 anos!

Já os políticos continuarão com supersalários e mordomias, incluindo Bolsonaro que acumula R$ 71 mil de salário de presidente e “aposentadoria” do Exército (aos 33 anos) e como parlamentar.  Já entre os militares, enquanto os praças serão prejudicados, a alta cúpula receberá aumentos e viverão com o mesmo supersalário dos políticos, e até mais em muitos casos.

Idade mínima
“E essas pessoas cheias de saúde que se aposentam com 50 anos?”

A verdade:
A imposição da idade mínima vai prejudicar justamente os trabalhadores obrigados a começar a trabalhar mais cedo. Quem hoje pode se aposentar com 50 anos é a professora da rede pública, uma das categorias que mais sofre com doenças do trabalho. Hoje, o regime especial para professores prevê 50 anos de idade mínima para as professoras e 55 para os professores. A reforma da Previdência aumenta de 50 para 60 anos a idade mínima para as professoras (além de 30 anos de contribuição e 10 de serviço público).

ACESSE o especial sobre a reforma da Previdência