Lula liberou R$ 500 milhões às vésperas da eleição
Ricardo Stuckert / Agência Brasil

Nesta semana, o Congresso deve eleger o substituto de Severino Cavalcanti para presidência da Câmara. Ao contrário do que afirmavam os partidos do parlamento, não se conseguiu um nome “de consenso”, que tivesse “um passado sem compromisso com a corrupção”. Ou seja, um nome que permitisse refazer a imagem do Congresso, manchada pela corrupção e pelo próprio Severino, perante a opinião pública.

Não se conseguiu porque esse nome simplesmente não existe. Ao contrário do consenso, existe uma briga de foice na Câmara, com resultado imprevisível até o momento em que fechávamos esta edição. Ao contrário das “biografias inatacáveis”, os nomes mais fortes eram todos ligados à corrupção.

Em primeiro lugar vinha o nome de José Thomas Nonô, do PFL, um ex-apoiador de Collor de Melo e atual representante do partido de ACM, mestre na corrupção.
Outro era o representante do governo, Aldo Rebelo, do PCdoB, partido presente no ministério do governo corrupto de Lula, que tem entre seus fracassos a tentativa frustrada (como líder do governo no Congresso) de evitar a formação da CPI. Para mostrar abertamente a continuidade da prática da corrupção, o governo liberou R$ 500 milhões em emendas parlamentares para reforçar a campanha de Aldo.

Michel Temer, do PMDB, era dos fortes candidatos. O PMDB de Jader Barbalho e Orestes Quércia dispensa apresentações, como um dos mais tradicionais partidos corruptos deste país.

O outro forte candidato é Ciro Nogueira (PP-PI), o candidato do “baixo clero” e braço direito de Severino Cavalcanti.

Muitas serão as manobras e as rasteiras nos bastidores. Verbas e cargos serão negociados e distribuídos a rodo para influir nessa eleição. Algum desses candidatos (ou ainda outro nome da mesma laia) já deverá ter sido eleito quando o leitor estiver lendo esse editorial. A disputa é violenta porque a presidência da Câmara é importante, pois vai dirigir os processos de cassação, além de ser um importante ponto de apoio para as eleições presidenciais de 2006.

Na verdade, essa disputa entre quatro candidatos “severinos” só confirma que é a própria instituição, o próprio Congresso, que não serve para nada. Uma pesquisa recente mostrava que 90% do povo não confia no Congresso Nacional. É absolutamente justo o repúdio que a população nutre em relação aos políticos alí reunidos. Por isso, Fora Todos!

Post author Editorial do jornal Opinião Socialista 234
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