Nas últimas eleições PT e PSDB provaram que são farinha do mesmo saco. Fizeram coligações eleitorais em mais de mil cidades brasileiras.
No entanto, uma das mais absurdas comprovações da degeneração do PT se deu no Pará. Quatro anos depois do assassinato da freira americana Dorothy Stang, em Anapu, oeste do estado, Chiquinho do PT, para eleger-se prefeito aliou-se a fazendeiros que chegaram a ser investigados como suspeitos do crime. Um deles, Délio Fernandes, denunciado várias vezes pela missionária, foi escolhido seu vice.
Chiquinho do PT (ou Francisco de Assis dos Santos) foi educado desde a adolescência pela missionária. Como dirigente sindical foi um dos principais aliados da religiosa no combate ao ruralista.
Em 2003, Chiquinho junto com Dorothy e outras entidades acusou Délio de grilar as terras. No mesmo documento, o fazendeiro é denunciado porque teria desviado milhões da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Na CPI da Grilagem da Terra no Congresso, Dorothy apontou Délio como um dos principais organizadores da invasão de áreas da União no Pará e de queimadas.
No momento em que foi morta, Dorothy Stang trazia consigo documentos sobre processos que tramitavam na Justiça, todos tratando de grilagem de terras, ameaças contra lideranças sindicais e assassinatos. Em um deles, o réu era Délio. Na época, o fazendeiro chegou a ser investigado como um dos organizadores do consórcio de agricultores para matar a religiosa. Mas essa linha de apuração foi abandonada por falta de provas.
*Com agências