Aniversário do Escândalo Waldomiro, no dia 13, e disputa interna para a Presidência da Câmara fazem com que partido adie comemoraçãoNo dia 10 de fevereiro de 1980, no Colégio Sion, em São Paulo, cerca de 1.200 pessoas lançaram o manifesto de fundação do Partido dos Trabalhadores. Surgia o PT, como expressão das greves operárias do ABC paulista e do fim da ditadura. O partido ocupa um espaço importante na reorganização da vanguarda brasileira, e, assumindo um perfil classista, aglutina milhares de lutadores.

Depois de 25 anos, o partido não realizará uma comemoração na data de seu aniversário. Com dois anos de governo Lula, o partido adiou os festejos para o dia 19 de março, em Belo Horizonte (MG), provavelmente para evitar a proximidade com o dia 13, aniversário do escândalo Waldomiro Diniz, assessor de José Dirceu. Contribui também para o adiamento a disputa interna para a Presidência da Câmara dos Deputados, entre o candidato oficial do PT, Greengalgh (SP), e Virgílio Guimarães (MG).

A passagem será marcada apenas por uma coletiva de imprensa e por um site especial. A única festa de hoje será em Lisboa, pelo núcleo do PT em Portugal. Segundo declarações do presidente do partido, José Genoino, o momento é de “menos festa e mais reflexão”.

Tendo dobrado o número de filiados desde que virou governo, o partido fala em reconquistar a militância. Segundo Genoino, “Temos de resgatar o projeto histórico do PT, os valores e ideais.” Uma tarefa difícil, após dois anos de um governo de entrega ao imperialismo, diversas rupturas de militantes e com uma última campanha eleitoral, que mesmo baseada em marketing, terminou derrotada.

De um partido que representou as reivindicações dos movimentos sociais e da juventude, o PT chega aos 25 anos como um partido da ordem, responsável pela aplicação dos planos do FMI em nosso país.

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  • Baixe o texto `Partido dos Trabalhadores: rompendo com a lógica da diferença`, tese de mestrado de Cyro Garcia, que analisa a formação e burocratização do PT
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