Na conservadora Uberaba, situada na rica região do Triângulo Mineiro, terra do gado zebu e do corrupto Anderson Adauto, o PSTU participa das eleições municipais juntamente com o PSOL, formando a Frente de Esquerda dos Trabalhadores.
Com Adriano Espíndola (PSTU), advogado trabalhista especialista em Direito Sindical e na defesa dos trabalhadores, como candidato a prefeito, e José Eustáquio (PSOL), ferroviário aposentado, candidato a vice, a Frente de Esquerda dos Trabalhadores está polarizando as eleições com os outros dois candidatos da burguesia, Anderson Adauto (PMDB), candidato de Lula que esteve envolvido em escândalos de corrupção, e Fahim Sawan (PSDB), apoiado pelo governador mineiro Aécio Neves e por um dos setores mais atrasados da elite de Uberaba.
Enquanto Anderson Adauto, o ex-ministro de Lula, que teve o governo municipal e sua passagem no ministério marcada pela corrupção, tenta vender a imagem de candidato mais preparado, apresentando-se como um grande empreendedor e vítima de perseguições políticas, Fahim se apresenta como sinônimo de renovação, não obstante ser uma velha raposa da política uberabense e ter, como vice, Isabel do Nascimento, viúva e herdeira política de Wagner do Nascimento, corrupto e padrinho político de Anderson Adauto.
Os candidatos dos ricos, Fahim e Anderson, têm as campanhas orçadas em quase R$10 milhões e financiadas por multinacionais, usinas e grandes empresários de Uberaba e região. Enfrentando-se com o grande poder econômico, a candidatura do PSTU tem denunciado de forma impiedosa no programa eleitoral de rádio e TV os outros dois candidatos, sendo que por dificuldades financeiras até o momento não se conseguiu produzir panfletos e adesivos.
No primeiro debate ocorrido na cidade, houve um consenso entre a própria mídia burguesa de que Adriano Espíndola foi o vitorioso. As param os militantes do partido na rua para elogiar a desenvoltura de Adriano, afirmando que ele disse no debate, tanto para Fahim quanto para Anderson, o que todos tinham vontade de dizer, mas não tinham tido oportunidade.
A vitória se deu não apenas por Adriano ter desmascarado os candidatos da burguesia, mas também por ter forçado a discussão da situação dos trabalhadores de Uberaba, em especial dos servidores públicos municipais, uma das categorias com menor salário no município e que mais sofreu no governo do ex-ministro de Lula. Os servidores municipais somam quase 10 mil trabalhadores.
Na última pesquisa realizada, Adriano Espíndola figurava com cerca de 3% dos votos, sendo que a mesma fora realizada antes do início do horário eleitoral e antes da temporada de debates.
Para vereador, a Frente de Esquerda apresentou o nome de Célia Campos, professora e ativista sindical da oposição em professores de Minas Gerais (Sind-Ute) que concorre com o número 16.116, além de dois candidatos do PSOL, Paulo e Renan.