Trabalhadores param em defesa dos salários e por melhores condições de ensinoProfessores de todo o país cruzam os braços no próximo dia 24 de abril em defesa dos salários e contra a precarização do ensino público no país. O dia é parte da luta em defesa do piso nacional da categoria e das condições de ensino dos profissionais da educação pública.

Os professores exigem a imediata implementação da Lei do Piso Salarial Nacional do Magistério, a Lei 11.738, sancionada por Lula em julho de 2008. A lei prevê um piso nacional de R$ 950. Mesmo com esse valor irrisório, o piso não é cumprido por prefeitos e governadores. Em 80% dos municípios, o salário dos professores para 40 horas semanais sequer se aproxima desse piso.

A lei também prevê a jornada de 40 horas e a garantia de um terço dessa jornada para atividades fora da aula, como a preparação das aulas, o atendimento aos alunos e correção de provas. A direção do movimento, nas mãos da Articulação, corrente sindical que dirige a CUT, orienta a mobilização apenas para a implementação do piso. A Conlutas, porém, exige o piso só nos lugares aonde ele for maior que os salários, e orienta a luta rumo ao salário mínimo estabelecido pelo Dieese, que em março era de R$ 2.005.

Em defesa da educação
“Vamos preparar essa greve de um dia, mas vamos à luta não só pela implantação do piso, vamos lutar pelo piso nos estados cujos salários forem menores do que prevê a lei, mas nos estados em que o piso for maior, vamos nos mobilizar pelo aumento geral dos salários, rumo ao mínimo do Dieese”, afirma Geraldo Correa, o Geraldinho, vice-presidente da Apeoesp, diretor da CNTE e da Executiva Estadual da Conlutas.

Num cenário de crise econômica, a Conlutas coloca o problema do emprego entre as bandeiras da paralisação. “Se exigimos de Lula uma MP que proíba as demissões, nos estados vamos cobrar a estabilidade para os ACT’s, os temporários”, diz ainda Geraldinho. A luta contra a precarização do ensino, o limite de 25 alunos por sala e contra a promoção automática também fazem parte das reivindicações.
Em São Paulo, luta contra o bônus.

No estado paulista, a luta dos professores passa também pela mobilização contra a política de bônus por produtividade implementado pelo governo Serra. “Essa não faz parte de nossa concepção de educação”, afirma Geraldinho. “Vamos exigir o fim do bônus e sua incorporação no salário dos professores”, afirma.

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