Foto: Caco Argemi / CPERS - Sindicato
PSTU Araraquara

Araraquara ganhou há pouco tempo notoriedade na mídia nacional por ter adotado lockdown por dez dias. Porém, mantendo as fábricas funcionando e sem disponibilizar auxílio emergencial para os desempregados e trabalhadores informais. O prefeito chegou a convocar o exército para a sanitização das ruas. Dez dias de restrições mais fortes comparadas com aquelas adotadas em outros municípios e estados fez com que os números de contágios e óbitos caíssem consideravelmente na cidade.

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Edinho Silva (PT), através do Decreto Nº 12.519 de 18 de março de 2021 e do Decreto nº 12.525 de 26 de março de 2021, impõe a retomada das aulas e do atendimento presencial aos alunos a partir do dia 12 de abril, na rede pública e privada, desde a educação básica até os cursinhos. O prefeito intimou em 30 de março parte dos diretores e diretoras da Rede Municipal de Educação de Araraquara para que os mesmos retornem a partir de 05 de abril ao trabalho presencial a fim de preparar as condições – “cartazes, adesivos, totens para álcool em gel” – nas escolas.

O momento é um dos piores para o retorno das aulas presenciais, pois em Araraquara ronda a nova cepa do vírus, mais contagiosa e mortífera, vitimando não só adultos mas também jovens. Nossas escolas, sejam municipais ou estatuais, não estão preparadas para esse retorno presencial do atendimento à nossa comunidade. Isso só será possível com a vacinação em massa da população. A escola, se aberta, além de colocar em risco a vida dos profissionais e estudantes também aumentará o alcance da COVID-19, pois escola aberta gera movimentação de vários setores da classe trabalhadora, como no transporte, espaços destinados às refeições, entre outros.

Não podemos aceitar esse absurdo, não podemos permitir que o prefeito, atendendo o interesse dos empresários da educação, coloque a vida da comunidade escolar em risco. Autorizar a reabertura de escolas na pior fase da pandemia é criminoso!

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Rede municipal da Educação em Araraquara deflagra greve contra o retorno das aulas presenciais

Em 3 de abril o Sindicato dos Servidores Municipais (SISMAR) convocou assembleia da educação para debater e traçar um caminho de luta contra o retorno das aulas presenciais, essa assembleia deflagrou greve em defesa da vida. O PSTU – Araraquara está ao lado desses profissionais, está ao lado da luta. Fortaleceremos o movimento grevista para que a cada dia seja maior e consigamos barrar o ataque de Edinho Silva.

No último dia 5 o sindicato denunciou que a prefeitura se recusa a dialogar. É necessário que desde já a categoria ao lado do sindicato prepare piquetes nas escolas para convencer aos profissionais da educação e aos pais e mães que pretendem levar seus filhos às escolas para que coloquem em primeiro lugar as suas vidas e que se organizem para cobrar das autoridades medidas que preservem a saúde de todos.

O prefeito tentando enfraquecer a greve realizou no dia 5 uma transmissão ao vivo em uma rede social onde se mostrou preocupado com os alunos sem celular, sem internet, com as mães diaristas, com a precariedade existente nas periferias e ontem (06) a prefeitura encaminhou um comunicado às mães, pais e responsáveis por estudantes da Rede Municipal de Educação, pretendendo criar conflito entre profissionais da educação e os responsáveis pelos estudantes. O comunicado contesta o movimento grevista alegando que “o retorno presencial no dia 12 de abril foi planejado seguindo protocolos de combate a disseminação da COVID-19 e se dará de forma facultativa e, neste momento, para 35% dos alunos”.

Dizemos ao prefeito que o momento não é de retorno das aulas presenciais, o momento é de união da comunidade escolar. Professores, trabalhadores da limpeza, merendeiras, diretoria, pais e mães devem lutar lado a lado contra a covid-19 e contra os governos. Devemos exigir dos governos municipais, estaduais e federal o não retorno às aulas presenciais, ensino remoto emergencial já, acesso a celulares e internet para todos os estudantes, auxílio emergencial de 1 salário mínimo para desempregados e trabalhadores informais, lockdown de 30 dias e vacina para todos já.