Comandos e entidades estudantis realizam plenária dia 12 de outubro na UFF para organizar greveNo mesmo momento em que governo e oposição de direita preparam uma pizza em Brasília, setores importantes da juventude e da classe trabalhadora protagonizam importantes lutas. Quando fechávamos esta edição, os servidores técnico-administrativos federais já haviam deflagrado greve em 41 Instituições Federais do Ensino Superior (IFES), os docentes em 35 e os profissionais das escolas técnicas em 25, com expectativa de ampliação. Ou seja, apesar do esforço da mídia para esconder mais essa greve, a comunidade universitária entra em cena e enfrenta-se com a política educacional de Lula e do Banco Mundial.

Os sucessivos cortes de verba da educação (somente este ano ultrapassassaram a ordem de R$ 1 bilhão), o déficit no quadro de professores e funcionários (gerado em grande medida pela reforma da Previdência), o fechamento dos bandejões e a implementação de Medidas Provisórias (MPs) da reforma Universitária fizeram com que os estudantes fossem à luta. Alunos da Universidade de Brasília (UnB), as universidades federais fluminense (UFF), de Santa Catarina (UFSC), Maranhão (UFMA) e Lavras (UFLA) já aprovaram a greve estudantil e construíram seus comandos locais e suas pautas de reivindicações.

UNE prepara a derrota da greve
Não é nenhuma novidade a posição da UNE perante a greve das IFES. Em 1998, por exemplo, essa entidade não só se colocou oficialmente contrária à greve, como tentou deslegitimar e desmoralizar o Comando Nacional de Greve e Mobilização (CNGM) formado naquela ocasião.

O que esperar da UNE na greve de 2005? Nada, além da traição! No entanto, neste ano a UNE foi ainda mais perversa: ela aprovou formalmente o apoio à greve em sua diretoria, mas trabalha dia e noite para derrotá-la. Trata-se de uma entidade governista, co-autora do projeto privatizante de reforma Universitária e, por fim, não passou incólume pela distribuição do mensalão, recebendo mais de R$ 1 milhão do governo Lula.

Com o objetivo de desmontar a greve, a UNE está chamando uma plenária para o dia 14 de outubro em São Paulo, que, como se não bastasse, irá funcionar com a metodologia do consenso. Isto é, será uma plenária totalmente controlada, previsível e que não se chocará contra os planos do governo.

Todos à Plenária Nacional
Tendo em vista a necessidade do fortalecimento e da ampliação da greve da educação federal, diversos comandos e entidades estudantis estão convocando uma verdadeira Plenária Nacional para o dia 12 de outubro na UFF, Niterói.

Já aderiram à convocatória os comandos de greve da UnB, UFSC, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e CEFET-SP, e os DCEs das universidades do Rio de Janeiro (UFRJ), de Minas Gerais (UFMG), de Goiás (UFG), Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e CEFET-MA. A Coordenação Nacional de Luta dos Estudantes (Conlute) também está impulsionando essa iniciativa. Centenas de estudantes estão a caminho de Niterói para debater uma pauta de reivindicação unificada e construir um comando nacional como fizemos em 1998.

O movimento estudantil em conjunto com os trabalhadores da educação tem em suas mãos uma oportunidade importante de desferir o golpe de misericórdia contra o governo Lula/FMI e seus aliados. Se PT, PCdoB, PSDB e PFL estão costurando um grande acordão, os estudantes estão construindo uma grande mobilização para derrotá-los. Fora Todos! Fora Lula, o Congresso, PSDB, PFL… Todos a Niterói dia 12 de outubro.

Post author Thiago Hastenreiter, da Secretaria Nacional de Juventude do PSTU
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