Categoria também luta por reivindicações da campanha salarialNos dias 28 e 29 de novembro, o governo Lula, através da Agência Nacional do Petróleo (ANP), vai realizar a 8º Rodada de Licitação de Áreas para Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, no Hotel Copacabana Palace, no Rio. Apesar de, em 2003, ter afirmado que realizaria a 5ª Rodada de Licitação só por esta ter sido definida no governo FHC, Lula deu seqüência e aprofundou a privatização do petróleo brasileiro.

No leilão, 43 empresas nacionais e estrangeiras disputarão a exploração de 14 blocos de gás e petróleo, que representam mais de 100 mil quilômetros de bacias petrolíferas. Participarão grandes multinacionais do setor, como as norte-americanas Chevron, Devon Energy e Esso, as britânicas Shell e BP e a Repsol da Espanha, entre outras.

Para que não restassem dúvidas sobre os objetivos do leilão, no edital original da venda, a ANP estabelecia um limite para a aquisição de blocos de exploração por empresa. Segundo diretores da Agência, a regra tinha como objetivo quebrar a “hegemonia da Petrobras em leilão”, e “evitar o retorno aos tempos de monopólio”.
Entidades de classe da Petrobras denunciam o leilão, afirmando que o Brasil possui petróleo para suprir sua auto-suficiência para até, no máximo, 10 anos. Após esse período, o país precisará importar novamente o produto. Assim, a privatização do já escasso petróleo brasileiro constituiria um duro golpe à soberania do país.

Frente faz ocupação
No dia 24 de novembro 13 petroleiros da Frente Nacional dos Petroleiros (FNP) parte do 7º andar do Edise, prédio que abriga a sede da Petrobras, localizado no Rio de Janeiro. Além da anulação da 8º Rodada de Licitação dos campos de petróleo, os trabalhadores exigem o atendimento das reivindicações da campanha salarial da categoria.

O impasse nas negociações dura desde o dia 17, quando a direção da empresa apresentou uma proposta que discrimina os aposentados, novos contratados e readmitidos. Os petroleiros exigem o fim da discriminação e da política da empresa em arrochar os salários dos aposentados. Como afirma o documento entregue pela Frente à empresa no dia 24: “A Petrobrás há vários anos vem desrespeitando o contrato e concedendo reajustes menores a esses companheiros nos acordos coletivos de trabalho. Desde 1996, suas perdas já atingem mais de 74% nos seus benefícios. Da mesma forma, remunera com salário menor os novos funcionários que entraram na empresa depois de 1997 e o mesmo faz aos empregados readmitidos”.

Os petroleiros exigem ainda a implementação de uma política de saúde ocupacional e o fim da Repactuação, o malfadado plano de Previdência articulado pela Petrobras e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) para atacar a aposentadoria da categoria.
A ocupação segue por tempo indeterminado e a empresa adotou uma política de isolamento dos manifestantes, impedindo a entrada de pessoas no andar.

Post author
Publication Date